O ex-presidente Jair Bolsonaro negou na manhã desta quarta-feira (3) ter sido vacinado contra a Covid-19. Além dele, foi confirmado que a filha de Bolsonaro, Laura, de 12 anos, também não recebeu a imunização, segundo o político. O ex-chefe do executivo também negou que tenha adulterado os cartões de vacinação da família. “Não existe adulteração da minha parte, não tomei vacina”, falou o presidente à imprensa em frente a residência em que mora, em Brasília.
A Polícia Federal foi até a casa de Bolsonaro para investigar se o ex-presidente, familiares e auxiliares inseriram informações falsas no sistema do Ministério da Saúde, para conseguir cartões com doses que não existiram.
“Nunca me foi pedido cartão de vacina em lugar nenhum, não existe adulteração da minha parte. Eu não tomei a vacina, ponto final, nunca neguei isso”, se defendeu Bolsonaro.
A Operação
Além da investigação sobre as fraudes, a operação deflagrada nesta quarta foi autorizada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes dentro do inquérito das “milícias digitais” que já tramita na Corte. Durante a ação, os agentes apreenderam o celular de Bolsonaro. Além disso, mais seis pessoas foram presas:
O ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid; o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros; o policial militar Max Guilherme, ex-assessor; o militar do Exército Sérgio Cordeiro, ex-assessor; e o secretário municipal de Duque de Caxiais (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.
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A PF afirmou que as condutas investigas na operação configuram nos crimes de infração de medida sanitária preventiva;
associação criminosa; inserção de dados falsos em sistemas de informação; corrupção de menores.
Adulteração
De acordo com apuração da TV Globo e informações do G1, a adulteração dos cartões de vacinação do ex-presidente e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro teria ocorrido em dezembro do ano passado, após as eleições, quando Bolsonaro viajou para os EUA.
Ainda conforme as informações, as duas doses do ex-presidente, aplicadas em 13 de agosto de 2022 e 14 de outubro no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias (RJ) apenas foram inseridos no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações apenas em 21 de dezembro, pelo secretário municipal de Governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha.
Uma semana depois, no dia 27 de dezembro, Claudia Helena Acosta excluiu as informações sob alegação de “erro” no sistema.
