Política

Bolsonaro nega ilegalidade em joias de R$ 16,5 milhões

“Estou sendo acusado de um presente que eu não pedi, nem recebi", disse Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que não praticou nenhuma ilegalidade envolvendo joias avaliadas em 3 milhões de euros (cerca de R$ 16,5 milhões na cotação atual), presenteadas pela Arábia Saudita em 2021.

“Estou sendo acusado de um presente que eu não pedi, nem recebi. Não existe qualquer ilegalidade da minha parte. Nunca pratiquei ilegalidade. Veja o meu cartão corporativo pessoal. Nunca saquei, nem paguei nenhum centavo nesse cartão”, disse Bolsonaro à CNN Brasil no sábado (4). 

De acordo com reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, o governo de Bolsonaro (PL) tentou trazer ilegalmente para o país colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes, que eram um presente do regime saudita para o então presidente e a primeira-dama Michelle Bolsonaro. 

As joias estavam na mochila de um militar, assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que viajara ao Oriente Médio em outubro de 2021 para representar o governo brasileiro a reunião de cúpula “Iniciativa Verde do Oriente Médio” na capital da Arábia Saudita.

Bolsonaro: Governo Lula irá investigar o caso 

Assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeram que o episódio será investigado.

Em sua conta oficial no Twitter, o ministro da Justiça, Flavio Dino, afirmou que pedirá uma investigação da Polícia Federal, enquanto o ministro da Comunicação, Paulo Pimenta, enfatizou que não haverá impunidade.

Ainda de acordo com a publicação do “Estadão”, agentes do aeroporto de Guarulhos apreenderam as joias em 2021 porque é obrigatório declarar qualquer mercadoria com valor superior a mil dólares ao entrar no país.

O jornal acrescentou que o governo Bolsonaro teria tentado, sem sucesso, recuperar as joias várias vezes por meio de funcionários do governo.

Nos EUA desde o final de dezembro, o ex-presidente Bolsonaro discursou neste sábado na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês) em Washington, da qual também participa Donald Trump, seu ídolo político.