Política

Bolsonaro pede anulação de votos em parte das urnas

Bolsonaro entrou com uma representação no TSE para pedir a anulação de votos feitos em alguns modelos de urnas

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, entraram com uma representação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para pedir a anulação dos votos de 250 mil urnas eletrônicas. A legenda afirmou que especialistas em tecnologia encontraram evidências de mau funcionamento nos sistemas de todas as urnas eletrônicas de modelos anteriores ao ano de 2020.

“Pretende-se com a Verificação Extraordinária, ora requerida, confirmar os ‘Indícios de Mau Funcionamento das Urnas Eletrônicas’ apresentados no Relatório Técnico do PL, de modo a comprovar a incerteza dos resultados gerados pelas urnas eletrônicas de modelos de fabricação anteriores a UE2020, ou seja, modelos UE2009, UE2010, UE2011, UE2013 e UE2015”, disse um trecho do documento.

Valdemar Costa Neto, presidente da sigla, anunciou nesta terça-feira (22) que o partido entrou com a ação no TSE para “contribuir para o fortalecimento da democracia do nosso país”. A decisão foi anunciada em coletiva de imprensa, em Brasília.

Assinada pelo advogado Marcelo Luiz Ávila de Bessa, a representação citou o laudo técnico de auditoria feito pelo Instituto Voto Legal (IVL), contratado pelo PL. O órgão teria constatado “evidências contundentes de mau funcionamento de urnas eletrônicas”.

O engenheiro Carlos Rocha, presidente do Instituto Voto Legal (IVL), participou da entrevista e explicou que 40,8% das urnas funcionam “da forma esperada”. Nas outras, segundo ele, “é impossível associar o registro de cada atividade ao hardware que teria gerado aquela atividade”, disse.

Bolsonaro está apático e depressivo, diz site

Assessores próximos ao presidente Jair Bolsonaro (PL) temem que, após derrotado nas urnas, não conclua o mandato. Segundo o site “Metrópoles”, a razão seria o estado psicológico de Bolsonaro. Pessoas próximas ao presidente descrevem seu estado, segundo a coluna de Guilherme Amado, como “apático” ou “depressivo”. 

Nas três semanas, Bolsonaro teve poucos compromissos públicos e não fez suas tradicionais transmissões ao vivo de quinta-feira.

Bolsonaro está “assimilando” derrota, disse ministro Fábio Faria

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou que Jair Bolsonaro (PL) está “assimilando” a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no último dia 30. Em entrevista ao jornal “Valor Econômico”, Faria disse que o atual presidente está “tentando entender o que aconteceu, o que ele vai fazer nos próximos dias para frente”.

“Ele é um ser político. Antes de ser presidente, ele ficou 28 anos como deputado. Saiu do baixo clero para virar presidente da República, algo que ninguém nunca tinha visto. Eu acho que neste momento agora ele está assimilando”, disse Faria ao “Valor”.

O ministro ainda afirmou que o bolsonarismo continua forte e “está vivo”. Segundo ele, isso é um reflexo de um governo que deu certo em muitas áreas e teve entregas importantes.

Sobre os próximos passos de Bolsonaro, Faria entende que é um momento de dar a ele um espaço de reflexão.  “É um momento dele mesmo, de dar um tempo ao presidente. Depois que ele assimilar tudo, ele deve convocar os ministros para ter uma conversa”, afirmou. 

Para ele, a derrota de Bolsonaro nas urnas foi resultado de alguns fatores que o governo enfrentou ao longo do mandato e fez com que o presidente perdesse muita gente. Em sua avaliação, a pandemia foi uma delas.