Ministro Alexandre de Moraes, do STF -Supremo Tribunal Federal (Foto: Fellipe Sampaio/STF)
Ministro Alexandre de Moraes, do STF -Supremo Tribunal Federal (Foto: Fellipe Sampaio/STF)

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, que autorizou a prisão preventiva de Jair Bolsonaro neste sábado (22), descreve um episódio considerado decisivo pela investigação: o ex-presidente teria tentado romper a tornozeleira eletrônica durante a madrugada, numa ação interpretada como preparação para deixar o país.

Segundo o documento, Bolsonaro tentou remover o equipamento por volta da meia-noite, numa iniciativa que, de acordo com o ministro, tinha o objetivo de “garantir êxito em sua fuga”.

O texto do Supremo aponta que o comportamento do ex-presidente representou uma violação direta das medidas cautelares estabelecidas e reforçou os indícios de que Bolsonaro pretendia escapar do monitoramento imposto pela Justiça.

Esses elementos, somados à avaliação de risco à ordem pública feita pela Polícia Federal, foram determinantes para que Moraes decretasse a prisão preventiva.

Segundo a decisão, a tentativa de manipular o dispositivo reforçou a necessidade de atuação imediata para impedir novas investidas e assegurar a efetividade das determinações judiciais.

Bolsonaro é preso preventivamente a pedido da PF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi detido na manhã deste sábado (22) após a Polícia Federal (PF) solicitar sua prisão preventiva. A medida, de caráter cautelar, não está relacionada ao cumprimento de pena, mas sim a determinações judiciais adotadas durante o andamento das investigações.

Após ser abordado por agentes nas primeiras horas do dia — por volta das 6h — Bolsonaro foi conduzido à Superintendência da PF em Brasília.

O comboio chegou ao local cerca de 35 minutos depois. Em seguida, o ex-presidente foi encaminhado a uma sala especial destinada a autoridades que já ocuparam cargos de alta relevância na estrutura do Estado, como chefes do Executivo.