Eleições 2024

Boulos pede cassação de Tarcísio e inelegibilidade de Nunes 

Boulos disse, em nota, que Tarcísio teve uma atitude "criminosa", ao dizer que o PCC orientou voto no psolista, e teria que responder na Justiça

Guilherme Boulos / Foto:  Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Guilherme Boulos / Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Uma ação foi ajuizada pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) na Justiça Eleitoral neste domingo (27), contra Ricardo Nunes (MDB) e Tarcísio de Freitas (Republicanos). O movimento foi em resposta à acusação do governador de São Paulo de que o PCC (Primeiro Comando da Capital) orientou voto no candidato do PSOL.

Boulos classificou a declaração de Tarcísio no início da tarde de votação do 2º turno em São Paulo como “uma vergonha”. Segundo ele, este seria o “laudo falso” do segundo turno, em referência ao documento forjado divulgado na primeira etapa da campanha por Pablo Marçal (PRTB).

“Que vergonha. Nada mais a dizer, é o candidato que ele apoia [o prefeito Ricardo Nunes] que botou o PCC na Prefeitura de São Paulo”, disse Boulos. 

O candidato do PSOL fez referência às investigações sobre a atuação da facção criminosa no sistema de ônibus da capital paulista.

Boulos disse, em nota, que Tarcísio teve uma atitude “criminosa” e teria que responder na Justiça. 

“Tarcísio é cabo eleitoral de Nunes, faz tal declaração ao lado do prefeito em claro gesto de campanha. Usa a máquina pública de maneira vergonhosa e irresponsável. Isso fere todos os preceitos democráticos”, afirmou, de acordo com o “Valor”.

O deputado concedeu uma entrevista onde afirmou estar estarrecido. “Não tem precedente um governador de estado inventar uma mentira deslavada para influenciar os resultados eleitorais”, declarou.

A tática do governador só se justifica por “desespero”, segundo Boulos. O candidato disse estar esperançoso com sua vitória.

“Existe uma virada em curso, eles estavam cantando vitória antes da hora. Quando a cidade começou a se movimentar, eles entraram em desespero”, apontou.

No decorrer do 2º turno, a campanha de Ricardo Nunes encaminhou para a imprensa uma série de ações perdidas por Boulos. No entanto, o psolista afirmou que direitos de resposta são comuns em uma campanha eleitoral.

“Outra coisa é o governador de estado insinuando o apoio do crime organizado. Não há como comparar”, disse.

PT pede prisão de Tarcísio por acusação contra Boulos 

Durante a votação em São Paulo na manhã deste domingo (27), o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) supostamente teriam orientado o voto no candidato Guilherme Boulos (Psol). Com isso, o PT nacional acusou crime eleitoral, e seu diretório em São Paulo pediu a prisão do governador. 

Ao afirmar que a ação “fere todos os preceitos democráticos”, a campanha de Boulos indicou que recorrerá à Justiça contra Tarcísio.

O governador afirmou a jornalistas, após deixar seu voto no colégio Miguel Cervantes, que o governo estadual teria interceptado um “salve” do PCC, de conversas e orientações dadas dentro de presídios, orientando o voto em Boulos, na capital paulista. Tarcísio estava ao lado de Ricardo Nunes (MDB), por ser seu principal cabo eleitoral.

O PT estadual e municipal de São Paulo afirmaram que Tarcísio “deveria ser preso por crime eleitoral”, segundo o “Valor”. Além disso, o partido também acusou o político de abuso de poder, ao afirmar que o PCC apoia o candidato da oposição.

“Os fatos mostram o contrário: É Ricardo Nunes quem tem relações com o PCC, tanto nas nomeações que fez quanto nas contratações da prefeitura que são objetos de investigação do Ministério Público”, afirmou o PT em nota. 

“Ele [Tarcísio] deveria ser preso por usar a máquina pública para cometer mais esse crime eleitoral”, acrescentou.

Em paralelo a isso, a campanha de Boulos reforçou considerar a atitude de Tarcísio como “criminosa”.