2º turno em SP

Boulos repete votação de 2020 mesmo com salto de R$ 73 mi na campanha

Em 2020, o fundo eleitoral foi de R$ 7,6 milhões, enquanto, este ano, foi para R$ 81,2 milhões, sendo mais da metade proveniente do PT

Guilherme Boulos
Foto: Roberto Parizotti / Fotos Públicas

Em disputa contra o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) garantiu praticamente o mesmo percentual de votação que teve em 2020 contra Bruno Covas (PSDB).

O psolista obteve 40,65% dos votos válidos este ano, ante 59,35% de Nunes. Já há quatro anos, Boulos teve 40,62% dos votos, contra 59,38% do tucano. Em termos nominais, o candidato do PSOL obteve 2.323.901 votos, um acréscimo de apenas 155,8 mil em relação à eleição anterior. 

O resultado acontece mesmo diante de um aumento significativo no fundo eleitoral, devido ao forte apoio do PT. Em 2020, a campanha de Boulos teve um orçamento de R$ 7,6 milhões, enquanto, este ano, foi para R$ 81,2 milhões, com mais da metade do montante proveniente do partido do presidente Lula (PT).

Além disso, Boulos contou com o apoio de oito siglas, enquanto na eleição passada tinha o apoio de apenas duas legendas.

Esta eleição também marcou um fato histórico para o PT. Foi a primeira vez, desde a redemocratização, que o partido do presidente Lula não lançou um candidato próprio em São Paulo. Em vez disso, indicou a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) como vice na chapa do PSOL.

Boulos pede cassação de Tarcísio e inelegibilidade de Nunes 

Uma ação foi ajuizada pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) na Justiça Eleitoral neste domingo (27), contra Ricardo Nunes (MDB) e Tarcísio de Freitas (Republicanos). O movimento foi em resposta à acusação do governador de São Paulo de que o PCC (Primeiro Comando da Capital) orientou voto no candidato do PSOL.

Boulos classificou a declaração de Tarcísio no início da tarde de votação do 2º turno em São Paulo como “uma vergonha”. Segundo ele, este seria o “laudo falso” do segundo turno, em referência ao documento forjado divulgado na primeira etapa da campanha por Pablo Marçal (PRTB).

“Que vergonha. Nada mais a dizer, é o candidato que ele apoia [o prefeito Ricardo Nunes] que botou o PCC na Prefeitura de São Paulo”, disse Boulos. 

O candidato do PSOL fez referência às investigações sobre a atuação da facção criminosa no sistema de ônibus da capital paulista.

Boulos disse, em nota, que Tarcísio teve uma atitude “criminosa” e teria que responder na Justiça. 

“Tarcísio é cabo eleitoral de Nunes, faz tal declaração ao lado do prefeito em claro gesto de campanha. Usa a máquina pública de maneira vergonhosa e irresponsável. Isso fere todos os preceitos democráticos”, afirmou, de acordo com o “Valor”.

O deputado concedeu uma entrevista onde afirmou estar estarrecido. “Não tem precedente um governador de estado inventar uma mentira deslavada para influenciar os resultados eleitorais”, declarou.

A tática do governador só se justifica por “desespero”, segundo Boulos. O candidato disse estar esperançoso com sua vitória.

“Existe uma virada em curso, eles estavam cantando vitória antes da hora. Quando a cidade começou a se movimentar, eles entraram em desespero”, apontou.

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