O general Walter Braga Netto (PL), candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL), recebeu cerca de R$ 926 mil nos meses de março e junho de 2020, no auge da pandemia de covid-19. Além de Braga, outros militares do governo tiveram altos ganhos em 2020, como o ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e Luiz Eduardo Ramos, o dono da pasta da Secretaria-Geral da Presidência.
De acordo com dados do Portal da Transparência, os benefícios pagos pelo governo levaram oficiais e pensionistas a ganharem até R$ 1 milhão na folha de pagamento em um único mês. De acordo com o jornal “Estadão”, a folha de pagamento aumentou no período em que os oficiais foram para a reserva.
A Marinha também registrou uma folha de pagamento superior a R$ 1 milhão em abril de 2020. Juniti Saito, tenente-brigadeiro da reserva, recebeu cerca de R$ 1,4 milhão. A Marinha contestou o montante, afirmando que o tenente recebeu R$ 717 mil.
Para explicar o caso de Braga Netto, o Exército explicou que os pagamentos fazem parte de uma indenização por férias não usufruídas e adicionais não recebidos ao longo da carreira.
Autor do levantamento irá cobrar explicações do Ministério da Defesa
O autor do levantamento, deputado Elias Vaz (PSB), afirmou que irá cobrar explicações do Ministério da Defesa. O deputado avalia as quantias recebidas pelos militares como “supersalários”.
“Queremos ver se os pagamentos estão dentro do princípio da moralidade pública. Professores, médicos e o pessoal de outros ministérios não recebem esse tipo de coisa”, afirmou Vaz.
No primeiro ano de seu mandato, o presidente Jair Bolsonaro apresentou um projeto de lei que aumentou os benefícios pagos a militares. Quando eles se transferem para a reserva, a indenização subiu para oito vezes o valor do soldo. Desde 2019, o gasto com os salários dos militares aumentou para R$ 86 bilhões.