Política

Brasil perde posto de melhor emergente, diz XP

Segundo o Valor Econômico, estrategista-chefe do banco disse que México se destaca como uma história sem tantos ruídos políticos

O Brasil perdeu o posto de melhor opção dentre emergentes nos últimos meses, de acordo com a XP Investimentos. Segundo o Valor Econômico, o estrategista-chefe do banco disse que o México se destaca como um país sem tantos ruídos políticos.

“A história de que o Brasil era a o melhor entre os piores foi verdade até outubro, novembro”, disse o estrategista-chefe da XP, Fernando Ferreira.

Desde as eleições, ruídos políticos e incertezas fiscais passaram a ser uma preocupação. Além disso, a reabertura da economia chinesa voltou a atrair capital para o outro lado do mundo.

Para Ferreira, o que segue ajudando as ações brasileiras sbrasião cotações atraentes, com ativos muito descontados e “muita expectativa ruim no preço”. Por isso, a bolsa e o dólar acabam tendo reação curta e limitada a eventos ruins locais.

O veículo de comunicação também informa que a XP ainda aposta em ações defensivas de empresas geradoras de caixa em áreas como commodities e energia. “Em algum momento isso vai mudar, quando ficar mais claro o cenário para o juro, mas me parece cedo. O catalisador será a questão dos juros”, completou Ferreira.

Mercosul? Fortalecimento do bloco pode ser positivo para o Brasil

Durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, defendeu uma maior integração da América Latina e o fortalecimento do Mercosul como forma de atrair investimentos estrangeiros. O estreitamento das relações comerciais entre os países sul-americanos, segundo Cesar Beck, especialista em Direito Constitucional, Direito Digital e mestre em Direitos Humanos, configuraria como uma ótima oportunidade econômica para o Brasil.

“Com um Mercosul forte é possível conseguir acordos mais favoráveis com as chamadas superpotências e blocos mais consolidados. Em outras palavras, é possível aumentar o poder de barganha do Mercosul frente a União Européia, por exemplo. Esse movimento iria beneficiar diretamente todos os brasileiros de um melhor acordo em termos de ajustes”, disse.

Beck ainda explicou ao BP Money que o mercado de commodities e o setor de turismo brasileiros seriam fortemente beneficiados com essa aproximação entre os países da América Latina.

“Se os países do Mercosul se aproximarem, os setores que estão ligados à importação e exportação seriam beneficiados. Vale ressaltar, de forma objetiva, a indústria primária, com a extração de matérias-primas. Em tempo, o setor terciário e a economia criativa também podem ganhar novos ares, sendo um setor cada vez mais em alta na região, especialmente, na venda de serviços e bens”, explanou.

“Além disso, com um Mercosul fortalecido, o turismo entre os países membros possui um enorme potencial de crescimento. O Brasil, como uma verdadeira potência regional, poderá até se tornar o destino principal dos turistas do Mercosul”, acrescentou o especialista em Direito Constitucional.

Segundo Vladimir Feijó, advogado e professor de direito e comércio exterior da Faculdade Arnaldo, o fortalecimento dos laços entre as nações sul-americanas pode ser positivo para todos os setores econômicos do Brasil. O analista ainda cita que essa aproximação entre nações da América do Sul pode fazer com que superpotências façam investimentos na região.

“Como um todo, o fortalecimento do Mercosul poderia servir de oportunidade para qualquer setor brasileiro. Diante a crise da globalização mundial, com o sudeste asiático sendo um hub, um centro de produção e distribuição para o mundo inteiro, muitos países procuram a criação de subsistemas. É possível que as economias europeias e norte-americana vejam os países do Mercosul como potenciais centros de realocação de produção e estoque de seus produtos”, afirmou.

“Uma boa parceria com o Mercosul, envolvendo investimentos em infraestrutura, poderia gerar benefícios para diferentes setores que estejam integrados à economia global. Falo especificamente do setor de máquinas e do setor químico”, completou Feijó.