O BofA (Bank of America) afirmou em relatório que o Brasil se destaca como um dos mercados emergentes com maior potencial de valorização diante do ciclo de cortes de juros esperado para a América Latina.
Segundo os analistas, setores no Brasil e no México têm maior correlação com taxas de curto prazo e ainda estão negociados com desconto superior a 20% em relação às médias históricas, o que abre espaço para ganhos.
O banco projeta cortes significativos de juros nos próximos 12 meses:
- Brasil: -275 pontos-base
- Colômbia: -200 pontos-base
- México: -125 pontos-base
A avaliação do BofA é mais agressiva que o consenso de mercado e se apoia também no afrouxamento monetário global, incluindo o esperado pelo Federal Reserve.
Sensibilidade e riscos
De acordo com o relatório, a bolsa brasileira é particularmente sensível a mudanças nas taxas de curto prazo.
A composição setorial, com peso maior em commodities e bancos, reforça essa correlação, diferentemente de mercados como China e Coreia do Sul, mais expostos à tecnologia.
O banco, no entanto, alerta para riscos que podem limitar a trajetória positiva: recessão nos EUA, juros longos americanos mais elevados, alta do petróleo, tensões comerciais globais e questões fiscais e políticas locais em Brasil e México.
No geral, o BofA mantém visão construtiva para a América Latina, apontando o Brasil como uma das principais apostas entre emergentes no atual ciclo de cortes de juros.