Política

Campos Neto orientou Bolsonaro em campanha, diz revista

Segundo a Piauí, Campos Neto produziu um modelo matemático de pesquisas eleitorais capaz de orientar o núcleo duro de apoio a Bolsonaro durante a campanha de 2022

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, teria produzido um modelo matemático de pesquisas eleitorais capaz de orientar o núcleo duro de apoio a Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha eleitoral de 2022. Fontes ouvidas pela revista Piauí, contaram que o método era um agregador de dados estaduais que, na visão de Campos Neto, gerava resultados mais precisos do que os dados nacionais. 

A reportagem revela que o presidente do BC também disponibilizou sua análise de pesquisas à campanha de Tarcísio de Freitas ao governo de São Paulo. Como acontecia com outras pesquisas, os dados de Campos Neto que abasteciam a campanha de Bolsonaro acabavam vazando para o mercado. “Muita gente da própria campanha acreditava mais no modelo do Roberto do que no próprio tracking que eles contratavam”, diz uma das fontes ouvidas pela Piauí, que acompanhava a evolução das pesquisas.

Ainda segundo a publicação, na Faria Lima, o agregador de Campos Neto fazia sucesso e servia como bússola para os investidores. Embora Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparecesse na liderança em todas as pesquisas de institutos credenciados no Tribunal Superior Eleitoral, o mercado, faltando mais de uma semana para o pleito, começou a precificar a hipótese de uma virada pró-Bolsonaro. Os levantamentos do presidente do BC apontavam que Bolsonaro tinha chance de ganhar porque estava avançando sobre Lula em São Paulo. Segundo uma das fontes da Piauí, as pesquisas de Campos Neto informavam que Bolsonaro tinha de 14 a 16 pontos de vantagem sobre Lula no eleitorado paulista, uma margem que lhe garantiria a vitória no segundo turno.

Selic: voto de Campos Neto e comunicado leve surpreendem analistas

O corte na taxa básica de juros de 0,50 ponto percentual não foi a única surpresa do anúncio feito pelo Copom (Comitê de Política Monetária) no início da noite desta quarta-feira (2).

Para o especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, Ricardo Jorge, é importante destacar que foi uma decisão bem disputada, mas o que mais chamou a sua atenção foi o voto de desempate do presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto. 

“Tivemos um comunicado dovish e mais neutro. Foi uma decisão bem disputada. O comitê decidiu por cortar os juros em 0.50 com o placar em 5 a 4 e a grande surpresa foi o Roberto Campos Neto votando a favor de 0.50 e não a favor do 0.25, que era sim uma decisão mais esperada pelo menos por parte dele. O mercado esperava que de fato houvesse uma dissidência em relação a decisão no qual obviamente o Galípolo e o Ailton fossem pender mais para 0.50 e os demais pender mais para 0.25, mas não foi o que aconteceu. A gente viu que outros membros decidiram abraçar a ideia de um corte de juros maior mesmo nesse início de ciclo com uma inflação ainda resiliente”, avaliou Jorge. 

Todos os membros do Copom votaram a favor da redução dos juros. Roberto de Oliveira Campos Neto, Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Gabriel Muricca Galípolo e Otávio Ribeiro Damaso votaram pelo corte de 0,50 ponto percentual. Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, Maurício Costa de Moura e Renato Dias de Brito Gomes, pela redução em 0,25 ponto percentual.

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