O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (2) que tem apoiado o governo a persistir na busca pela meta fiscal de 2024.
“Temos apoiado bastante o governo para persistir na meta fiscal. No fim das contas estamos olhando para a estabilidade da trajetória de dívida de média e longo prazo, e é importante persistir na meta”, disse Campos Neto em evento da Associação Brasileira de Câmbio (Abracam), em São Paulo.
De acordo com o presidente da autarquia, o Brasil tem dificuldade estrutural de cortar gastos públicos. Por conta disso, o banqueiro defendeu que “reformas adicionais” podem ajudar a cortar despesas no País.
Além disso, Campos Neto também destacou que é importante o Brasil “ter um arcabouço fiscal, no qual o mercado acredite que vai gerar uma situação fiscal mais equilibrada à frente.”
Campos Neto diz que barra está alta para acelerar corte de juros
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu na última quinta-feira (28) que a barra pode estar mais alta para o Banco Central (BC) considerar acelerar o ritmo de queda da taxa de juros.
“Eu diria que a barra talvez esteja ligeiramente um pouco mais alta sim”, comentou Campos Neto ao ser questionado sobre o assunto em entrevista coletiva.
Segundo o presidente do BC, há “várias coisas ao mesmo tempo” que determinam esse cenário. No cenário exterior, Campos Neto argumentou que há fatores novos e citou a alta da curva de juros dos EUA e as percepções sobre a mudança do modelo de crescimento da China.
A fala de Campos Neto foi feita após o BC ter cortado os juros em 0.50 ponto percentual, de 13,25% para 12,75%, com a sugestão de que repetirá a mesma dose de flexibilização da Selic nas duas próximas reuniões deste ano.
Campos Neto defende manutenção da meta fiscal
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ainda afirmou na última quarta-feira (27), em audiência na Câmara dos Deputados, que o Brasil defende a manutenção das metas fiscais já definidas e que há “boas notícias pela frente”.
“A gente tem um tema de harmonia de política monetária e fiscal, é importante. O sistema de metas de inflação precisa ter ancoragem fiscal também”, disse.
“De certa forma, hoje o importante é persistir na meta [fiscal]. A razão pela qual existe questionamento é que existem receitas adicionais para atingir esse número”, pontuou Campos Neto.
Apesar de reconhecer a dificuldade do governo em cortar gastos, o presidente do BC acredita que, mesmo que a meta fiscal não seja atingida, os agentes financeiros irão reconhecer os esforços estatais.
“Mesmo que a meta não seja cumprida, os agentes econômicos vão ver o esforço para cumprir”, acrescentou Campos Neto.