Política

Campos Neto diz que é importante perseguir meta fiscal

Para Campos Neto, um afrouxamento da meta pioraria as expectativas para as contas públicas a partir de 2025

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (7) que os investidores não esperam déficit zero nas contas públicas primárias em 2024, mas é importante que o governo Lula persiga a meta fiscal do ano que vem. 

Para Campos Neto, um afrouxamento da meta pioraria as expectativas para as contas públicas a partir de 2025, gerando assim um maior prêmio de risco. Durante o fórum de estratégias de investimento da Bradesco Asset e Bradesco Global Private, o banqueiro elogiou o esforço da Fazenda em reforçar “o máximo possível” a intenção de cumprir a meta.

Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelou que o governo dificilmente vai conseguir cumprir a meta de déficit zero em 2024. Apesar disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem insistido que a intenção é cumpri-la.

Haddad mantém discurso de déficit zero, apesar de falas de Lula

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse em 30 de outubro que busca manter a meta fiscal em déficit zero para 2024, apesar das declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que ela “dificilmente será cumprida”.

De acordo com Haddad, o compromisso atual é “buscar o equilíbrio fiscal”, mas que “precisa de apoio político para isso”. 

“A minha meta está estabelecida, vou buscar o equilíbrio fiscal. […] O que eu puder fazer para que esse equilíbrio seja atendido, eu vou fazer”, alegou Haddad, sobre a meta fiscal.

Em 27 de outubro, Lula havia descartado a possibilidade do Brasil alcançar o déficit zero ao final de 2024, descumprindo a meta fiscal. O petista afirmou que o objetivo “dificilmente será cumprido” e se dá porque o mercado é “ganancioso”.

O arcabouço fiscal, proposto pelo governo e aprovado pelo Congresso, estabelece uma meta de resultado primário zero para o próximo ano, com margem de tolerância de 0,25%.

Haddad também defendeu o posicionamento de Lula. “Não há, por parte do presidente, nenhum descompromisso [com a meta fiscal]. Pelo contrário, se não estivesse preocupado com situação fiscal não estaria pedindo apoio da equipe econômica para orientação do Congresso”, disse.