Política

Campos Neto diz que governos precisam enfrentar questão fiscal

“Acho que estamos muito coordenados na política monetária", disse Campos Neto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (10) que os governos precisam começar a enfrentar a questão fiscal, caso contrário poderá ocorrer um “distúrbio” nos mercados.

“Os governos precisam começar a abordar a questão fiscal. Acho que estamos muito coordenados na política monetária. Não estamos muito coordenados na política fiscal. Acho que isso está começando a afetar até mesmo as economias desenvolvidas”, pontuou Campos Neto, que participou de um evento organizado pelo Emerging Markets Forum, em Marrakech, no Marrocos.

“E se não formos capazes de resolver isso de forma que as pessoas olhem para o futuro em termos de preços de mercado e vejam que teremos um equilíbrio, pelo menos a médio prazo, pode haver um distúrbio nos mercados antes de alcançarmos o processo de desinflação”, emendou.

Ao falar sobre a inflação global, o banqueiro afirmou que existe atualmente um processo de desinflação. No entanto, segundo ele, ainda há pressões vindas de um mercado de trabalho resiliente, de algumas commodities e da alimentação.

“O que manter taxas de juros altas por mais tempo vai significar para os mercados emergentes?”, questionou Campos Neto.

Campos Neto diz que barra está alta para acelerar corte de juros

Em setembro, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, admitiu que a barra pode estar mais alta para o Banco Central considerar acelerar o ritmo de queda da taxa Selic.

“Eu diria que a barra talvez esteja ligeiramente um pouco mais alta sim”, disse Campos Neto.

Segundo o presidente do BC, há “várias coisas ao mesmo tempo” que determinam esse cenário. No cenário exterior, Campos Neto argumentou que há fatores novos e citou a alta da curva de juros dos EUA e as percepções sobre a mudança do modelo de crescimento da China.

A fala de Campos Neto foi feita após o BC ter cortado os juros em 0.50 p.p., de 13,25% para 12,75%, com a sugestão de que repetirá a mesma dose de flexibilização nas próximas reuniões.

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