Política

Campos Neto presta contas ao Senado na quinta (10)

Comparecimento ocorre uma semana após redução da taxa Selic

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vai explicar as decisões tomadas em relação à inflação e à estabilidade financeira aos senadores em sessão especial na próxima quinta-feira (10), a partir das 10h.

O comparecimento de Campos Neto acontece uma semana depois da decisão Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa Selic de 13,75% para 13,25%. De acordo com a Agência Senado, a reunião com o presidente do BC para apresentar relatórios sobre o semestre passado atende ao artigo 11 da Lei de Autonomia do Banco Central.

Pela primeira vez em quase três anos, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu reduzir a taxa de juros básicos da economia brasileira. Na reunião, concluída na quarta-feira (2), a autoridade cortou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual.

Redução

O Banco Central do Brasil comunicou no último dia 2 que irá cortar a atual taxa de juros em 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano. É a primeira vez em dois anos que a autoridade monetária optou por cortar a taxa Selic.

Na última reunião, ocorrida em 21 de julho, o Copom optou por não mexer na taxa de juros, mas deu indicativos de um possível corte em agosto. 

“O Comitê avalia que a melhora do quadro inflacionário, refletindo em parte os impactos defasados da política monetária, aliada à queda das expectativas de inflação para prazos mais longos, após decisão recente do Conselho Monetário Nacional sobre a meta para a inflação, permitiram acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária”, escreveu o BC em comunicado.

Todos os membros do Copom votaram a favor da redução dos juros. Roberto de Oliveira Campos Neto, Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Gabriel Muricca Galípolo e Otávio Ribeiro Damaso votaram pelo corte de 0,50 ponto percentual. Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, Maurício Costa de Moura e Renato Dias de Brito Gomes, pela redução em 0,25 ponto percentual.

“Tivemos um comunicado dovish e mais neutro. Foi uma decisão bem disputada. O comitê decidiu por cortar os juros em 0.50 com o placar em 5 a 4 e a grande surpresa foi o Roberto Campos Neto votando a favor de 0.50 e não a favor do 0.25, que era sim uma decisão mais esperada pelo menos por parte dele. O mercado esperava que de fato houvesse uma dissidência em relação a decisão no qual obviamente o Galípolo e o Ailton fossem pender mais para 0.50 e os demais pender mais para 0.25, mas não foi o que aconteceu. A gente viu que outros membros decidiram abraçar a ideia de um corte de juros maior mesmo nesse início de ciclo com uma inflação ainda resiliente”, afirmou Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed.