O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou nesta quinta-feira (21) que a sinalização sobre novos cortes de 0,50 ponto percentual na taxa de juros nas “próximas reuniões”, dada na ata recente do Copom (Comitê de Política Monetária), refere-se aos próximos dois encontros da autarquia, em janeiro e março.
“Neste momento entendemos que a linguagem do Copom não é amarrada. Entendemos que ‘próximas duas reuniões’ é compatível com as incertezas”, afirmou Campos Neto, ao ser questionado se a comunicação do BC não estaria engessada por indicar cortes de apenas 0,50 ponto percentual da Selic.
Além disso, o economista disse que uma eventual piora da área fiscal do governo não pressupõe uma reação mecânica da política monetária. Segundo Campos Neto, se o fiscal “for um pouquinho pior”, mas o governo seguir realizando reformas econômicas, importantes, esta piora não seria “tão relevante”.
Campos Neto destaca momento crucial nos próximos meses para economia
Durante o encerramento de um evento promovido pelo Correio Braziliense sobre os desafios do Brasil em 2024, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, enfatizou a importância dos primeiros meses do próximo ano para consolidar a melhoria nos indicadores econômicos do país. A fala aconteceu no evento que ocorreu na última terça-feira (19).
Campos Neto expressou sua satisfação com o trabalho realizado pelo BC em 2023, destacando a redução da inflação mesmo diante de uma atividade econômica em ascensão e um mercado de trabalho mais aquecido, um objetivo perseguido pelo BC em sua busca por um suave pouso econômico.
Novamente, o presidente do BC mencionou o impacto cumulativo das reformas no potencial de crescimento do Brasil. Contudo, ele reforçou a necessidade de manter a calma e o compromisso com a estabilidade fiscal, já que, apesar do novo contexto das contas públicas, o país ainda enfrenta um cenário de endividamento um pouco mais desafiador. “É crucial manter a transparência na nossa abordagem de trabalho”, ressaltou Campos Neto.