O conjunto de partidos que constituem o chamado centrão foi o grande destaque do primeiro turno das eleições de 2024 e, nesta segunda etapa do pleito, não foi diferente. Nos próximos quatro anos, o centrão comandará 63% das prefeituras do país e governará para 74% dos brasileiros.
O partido que sai com maior evidência é o PSD (Partido Social Democrático), de Gilberto Kassab, que alcançou 887 vitórias, sendo 9 no segundo turno, desbancando o MDB (Movimento Democrático Brasileiro) (856 prefeituras). O resultado representa um salto de 35% do PSD em comparação às eleições municipais de 2020.
Ainda no centrão, aparece na sequência o Progressistas, legenda que hoje ocupa a presidência da Câmara dos Deputados, com Arthur Lira (PP-AL). A sigla foi de 690 prefeitos eleitos em 2020 para atuais 746 (+8%).
O quarto colocado, o União Brasil, ganhou apenas 24 municípios, passando a controlar 584. Já o PL, de Jair Bolsonaro, experimentou um salto de impressionantes 50%, para 516 prefeituras.
O PT (Partido dos Trabalhadores), por sua vez, também cresceu a marca de vítorias em comparação ao ano de 2020, mas ainda ficou bem abaixo do centrão. A sigla do presidente Lula chegou a 252 prefeituras conquistadas, sendo 4 vitórias no segundo turno. Há quatro anos, foram apenas 182.
Apesar do crescimento nos números, o desempenho do partido tem sido avaliado por especialistas como ruim. Isso porque o PT não conseguiu angariar vitórias nas grandes cidades, sendo Fortaleza a única capital, e por pouco. A capital do Ceará elegeu Evandro Leitão (PT) com 50,38% dos votos ante 49,62% de André Fernandes (PL).
O Nordeste do Brasil é a única região em que o PT figura entre os cinco partidos com mais prefeituras conquistadas nas eleições de 2024 – em quinto lugar. A sigla de Lula governará 170 municípios nordestinos nos próximos quatro anos.
Abstenções marcaram 2º turno
As altas taxas de abstenção foram uma marca deste segundo turno das eleições. Em 12 das 15 capitais que tiveram definição das eleições municipais no último domingo (27), um quarto dos eleitores (25% ou mais) não foram às urnas. Em 6 municípios, o indicador foi superior a 30%.
A liderança ficou por contra de Porto Alegre (RS), onde um a cada três eleitores não foi votar (34,83%). Em seguida, Goiânia (GO) aparece com uma taxa de 34,20% e Belo Horizonte (MG) de 31,95%. Já São Paulo (SP) apresentou uma taxa de abstenção de 31,54%.
Confista lista de maiores taxas de abstenção
Município | Taxa de abstenção |
Porto Alegre (RS) | 34,83% |
Goiânia (GO) | 34,20% |
Belo Horizonte (MG) | 31,95% |
São Paulo (SP) | 31,54% |
Porto Velho (RO) | 30,63% |
Curitiba (PR) | 30,37% |
Campo Grande (MS) | 28,60% |
Natal (RN) | 26,07% |
Cuiabá (MT) | 25,73% |
Palmas (TO) | 25,73% |
Belém (PA) | 25,19% |
Aracaju (SE) | 25,16% |
Manaus (AM) | 23,39% |
João Pessoa (PB) | 22,84% |
Fortaleza (CE) | 15,84% |
Mulheres eleitas
As prefeitas eleitas Adriane Lopes (Campo Grande-MS), do PP, e Emília Corrêa (Aracaju-SE), do PL, são as únicas mulheres que estarão à frente das administrações municipais entre todas as capitais brasileiras a partir de 2025. Elas venceram as eleições em segundo turno, neste domingo (27).
Outras seis candidatas chegaram à disputa em segundo turno em capitais: Rose Modesto (em Campo Grande), do União Brasil;, Natália Bonavides (Natal), do PT; Janad Valcari (Palmas), do PL; Maria do Rosário (Porto Alegre), do PT; Cristina Graeml (Curitiba), do PMB; e Mariana Carvalho (Porto Velho), do União Brasil.
O número representa queda em relação a 2020, quando as candidatas em segundo turno eram 20.
No primeiro turno, entre todos os municípios, 724 mulheres foram eleitas, o que representa 13% das cidades que resolveram a disputa em 6 de outubro. Em 2020, foram 663 as cidades que elegeram mulheres (12%).