O ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, candidato à presidente nas duas últimas eleições, enviou documento a lideranças do PDT que está de saída do partido. Ciro Gomes ainda avalia a possibilidade de filiação ao PSDB ou ao União Brasil para disputar uma candidatura que faça oposição ao presidente Lula (PT) nas eleições de 2026.
Conforme noticiado pelo jornal Folha de S. Paulo, apurado e confirmado pelo jornal O GLOBO, Ciro entregou uma carta, na manhã desta sexta-feira (17), ao presidente do PDT e ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, anunciando sua decisão de sair do partido.
Ciro estava filiado ao PDT desde 2015, e disputou as eleições presidenciais de 2018 e de 2022 pelo partido. Em 2018, o ex-governador teve o melhor desempenho do partido em uma corrida para o cargo de chefe do Executivo desde Leonel Brizola em 1989, e ainda ajudou o PDT a eleger 28 deputados federais – maior bancada do partido no pós-Brizola.
Embora bom resultado em 2018, quando registrou 12,47% no primeiro turno (13,3 milhões de votos), em 2022 Ciro angariou apenas 3% dos votos na corrida ao Palácio do Planalto, seu pior resultado, e as cadeiras do PDT na Câmara caiu para 17.
Em entrevistas recentes, Ciro havia declarado estar “infeliz” com o fato de o PDT ter entrado na base do PT nos governos federal e do Ceará.
O ex-governador também já havia acenado para uma possível aposentadoria da política após o mau resultado nas eleições de 2022. No entanto, Ciro vem criando a possibilidade de encabeçar uma candidatura de oposição ao PT em 2026, seja a nível federal ou estadual. No Ceará, um dos principais aliados de Ciro ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, também deixou o PDT neste ano e anunciou sua filiação ao União Brasil.
O União Brasil, que faz oposição ao PT no Ceará, é um possível destino para o ex-ministro. Além deste, o PSDB, sigla pela qual Ciro se elegeu governador do Ceará em 1990 e mantém boa relação com um dos líderes do partido no estado, o ex-senador Tasso Jereissati.