LOT Polish Airlines

Congresso quer explicação sobre perda bilionária da Embraer após Lula visitar Moscou

Na perspectiva de analistas do setor aeroespacial, a visita de Lula teria causado desconforto à Polônia

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Embraer (EMBR3) registrou a perda de um contrato bilionário para a francesa Airbus. Supostamente, o motivo teria sido questões geopolíticas envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A situação entrou na pauta de parlamentares de diferentes partidos em Brasília.

As informações apontam que, após a visita do petista a Vladimir Putin, da Rússia, o governo da Polônia — alinhado ao Ocidente e à Ucrânia — teria pressionado a LOT Polish Airlines a desistir da encomenda de aviões da franco-brasileira. O negócio estava avaliado em US$ 6 bilhões.

Na perspectiva de analistas do setor aeroespacial, a visita de Lula teria causado desconforto à Polônia, país que mantém uma postura firme contra as ações de Vladimir Putin na Ucrânia. Esse cenário político pode ter enfraquecido a posição da Embraer, uma empresa brasileira, em relação à Airbus, que contou com forte apoio diplomático europeu.

O CEO da LOT, Michal Fijol, preferiu não comentar diretamente as influências políticas, limitando-se a dizer que a decisão foi desafiadora, mas que a Airbus demonstrou maior interesse no negócio. “Recebemos duas ofertas muito competitivas, mas a Airbus nos queria mais”, disse Fijol, de acordo com o portal Ouni, sugerindo que a abordagem agressiva da concorrente europeia, combinada com o alinhamento político, pode ter colocado uma pá de cal no acordo.

Impacto político e econômico da perda do contrato

O deputado federal Evair Vieira de Melo (PP) solicitou a convocação do ministro das Relações Exteriores na Comissão de Relações Exteriores para explicar se houve ingerência direta neste caso. O Congresso deve querer que seja avaliado como o Brasil lidou com a situação, considerando o impacto na entrada de recursos no país e a preservação de milhares de empregos.

Seguindo a mesma linha, outros congressistas querem saber, por exemplo, se o Itamaraty tomou conhecimento, participou ou acompanhou as negociações comerciais entre as companhias. Segundo apuração do jornal Estado de Minas, a operação previa a aquisição de até 84 aeronaves do modelo brasileiro.