O Instituto Datafolha divulgou nesta quinta-feira (26) a mais recente pesquisa de intenção de voto para a eleição presidencial de 2022. A pesquisa mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 54% dos votos válidos e ganharia, hoje, a eleição no 1º turno, já que teria a maioria dos votos. Jair Bolsonaro (PL) aparece com 30% dos votos válidos.
O Datafolha testou dois cenários: um sem João Doria (PSDB) e outro com. Além de Dória, foram apresentados como pré-candidatos: Lula (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), André Janones (Avante), Simone Tebet (MDB), Luciano Bivar (União Brasil), Felipe D’Ávila (Novo), Eymael (DC), Pablo Marçal (PROS), General Santos Cruz (Podemos), Leonardo Péricles (UP), Sofia Manzano (PCB) e Vera Lúcia (PSTU).
Intenções de voto no cenário sem João Doria
Lula (PT): 48%
Jair Bolsonaro (PL): 27%
Ciro Gomes (PDT): 7%
André Janones (Avante): 2%
Simone Tebet (MDB): 2%
Pablo Marçal (Pros): 1%
Vera Lúcia (PSTU): 1%
Em branco/nulo/nenhum: 7%
Não sabe: 4%
Sofia Manzano (PCB), Leonardo Péricles (UP), Felipe d’Avila (Novo), Eymael (DC), Luciano Bivar (UB) e General Santos Cruz (Podemos) não pontuaram.
O cenário de polarização entre os dois antagonistas caminha para a cristalização, com o terceiro colocado, Ciro Gomes (PDT), aparecendo bem atrás, com 7%. Outros candidatos atingiram no máximo 2%. Votos brancos ou nulos somam 7%, e 4% dos eleitores não sabem em quem votar.
O ex-presidente Lula cresceu na pesquisa espontânea, quando não são apresentados nomes dos candidatos, com 38% (em março eram 30%). Bolsonaro tinha 23% em março e agora marca 22%. O índice é o melhor obtido pelo petista desde o início da atual série histórica do Datafolha, em maio de 2021. Outros 2% dos entrevistados citaram espontaneamente Ciro, e 1% mencionou Tebet.
Nos recortes feitos pelo Datafolha, Lula vê seu patamar de 48% subir entre: mulheres (49%, ante 23% de Bolsonaro), eleitores com 16 a 24 anos (58% a 21%), pessoas com ensino fundamental (57% a 21%) e entrevistados com renda familiar de até dois salários (56% a 20%). A diferença é grande também entre eleitores que se declaram pretos (57% a 23%), entre católicos (54% a 23%) e desempregados (57% a 16%).
Por outro lado, Bolsonaro fica à frente do rival entre eleitores com renda familiar mensal superior a dez salários (42% a 31%), entre evangélicos (39% a 36%) e entre empresários (56% a 23%). Os dois empatam no estrato que recebe de cinco a dez salários, com 37%.
O presidente Bolsonaro tinha conquistado certo fôlego no levantamento anterior e chegado a 26%, mas viu aumentar agora sua distância para o petista, que antes era de 17 pontos. Lula pontuou 43% na ocasião.
Em maio, Lula lançou sua chapa com o ex-tucano Geraldo Alckmin (PSB) de candidato a vice e adotou um ritmo mais intenso de campanha, acumulando escorregões em declarações que o obrigaram a fazer recuos, como a defesa do direito ao aborto.
Bolsonaro também intensificou atividades eleitorais, ao mesmo tempo em que voltou a atacar o Judiciário e a ameaçar a realização das eleições, levantando suspeitas sobre as urnas eletrônicas e dando a entender que o pleito será conturbado.
O ex-governador de São Paulo, João Doria, anunciou sua desistência na última segunda-feira (23) após ficar isolado em seu partido. O tucano enfrentava resistências no PSDB e de partidos da terceira via, que optaram pela candidatura de Simone Tebet.
Antes de Doria, o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite já havia desistido da candidatura para presidência.
O levantamento Datafolha foi contratado pela Folha e está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número BR-05166/2022. A pesquisa foi feita com 2.556 eleitores acima dos 16 anos em 181 cidades de todo o País, nesta quarta (25) e quinta-feira (26). A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.