Após chegar ao pior momento do seu governo no mês de maio, com sua aprovação mais baixa neste terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou uma trajetória de recuperação de sua imagem que se acentuou entre julho e agosto, mas agora em setembro houve uma estagnação na avaliação positiva do líder petista.
Em síntese, foi o que revelou pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (17), que mostra a aprovação do governo Lula e outras análises sobre a política nacional.
De acordo com a pesquisa, a aprovação do trabalho do presidente Lula teve 46% de menções, mesmo percentual verificado no levantamento anterior, de agosto.
O mesmo acontece com os percentuais de desaprovação a Lula: foi de 51% em agosto, e permaneceu nesta patamar agora em setembro.
Em maio, o presidente Lula verificava a sua maior desaprovação, com 57%, enquanto a aprovação ao seu trabalho era de apenas 40%.
Naquela ocasião, a diferença entre a desaprovação e a aprovação verificada pela Genial/Quaeste chegou ao seu maior patamar, de 17%.
Estabilidade na aprovação não é boa notícia para Lula
Com a recuperação que o presidente Lula teve nos últimos meses, em parte por conta da intensa campanha em todos os meios de comunicação sobre defesa da soberania nacional pós-tarifaço de Donald Trump, a diferença entre a desaprovação e a aprovação caiu de 17% para apenas 5% em agosto.
Essa diferença permanece a mesma na nova pesquisa agora de setembro, com os 51% de desaprovação e 46% de aprovação ao trabalho de Lula.
Também na aprovação do governo Lula há uma estabilidade registrada pela pesquisa. A avaliação negativa do governo caiu de 39% em agosto para 38% agora em setembro, e a positiva permaneceu nos mesmos 31%.
O levantamento da Genial/Quaest também tem outras más notícias para Lula. Para 50% dos entrevistados, o governo petista está pior do que se esperava. Em maio, o percentual era de 45%.
Maioria acredita que governo está no rumo errado
O governo também não conseguiu mudar a percepção majoritária de que o país segue na direção errada (58%). Mesmo tendo recuperado sua popularidade, apenas 36% acreditam que o Brasil está na direção certa.
De acordo com o relatório da pesquisa, “não é coincidência que a recuperação do governo foi interrompida justamente quando a percepção sobre a inflação de alimentos parou de melhorar”.
Neste recorte, a sondagem mostra que 61% dizem ver os preços de alimentos mais caros nos mercados em relação ao último mês.
Esse número, que chegou a 88% na pesquisa de abril, caiu a 60% em agosto. Agora em setembro, entretanto, voltou a subir pra 61%. Ao mesmo tempo, segue em 18% o percentual de pessoas que acham que os preços caíram.
A Genial/Quaest diz ainda que o governo Lula também não conseguiu ainda mudar a percepção majoritária (61%) de que ele perdeu a conexão com o povo.
“Conhecido como o pai dos pobres, deixar de ter esse atributo pode ser fatal”, conclui a pesquisa.
A Quaest ouviu 2.004 pessoas de 12 a 14 de setembro. O nível de confiabilidade da pesquisa é de 95% e a margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos.