Relatório da PF

Dono da Havan transferiu R$ 5 mil para Carla Zambelli enquanto ela estava foragida

Pix foi identificado em investigação que rastreou doações recebidas pela deputada durante o período no exterior

Foto: Divulgação/Havan
Foto: Divulgação/Havan

O empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, aparece como o maior financiador da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) durante o período em que ela esteve foragida da Justiça, entre maio e junho deste ano.

Segundo relatório da Polícia Federal (PF), Hang transferiu R$ 5 mil via Pix para a parlamentar. O documento foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e detalha movimentações financeiras de Zambelli em meio à campanha de arrecadação virtual organizada por sua equipe.

A deputada já era alvo de inquérito no STF por tentativa de obstrução de investigações. Após deixar o Brasil, passou a divulgar mensagens com ataques ao Judiciário.

Em uma delas, afirmou que voltaria a ser “a Carla que era antes das amarras que essa ditadura impôs”, em referência às decisões judiciais contra ela.

Vaquinha virtual

A PF também analisou as doações recebidas pelo site carlazambelli.com.br, que promovia a campanha #JuntosComZambelli. Transações acima de R$ 500 foram monitoradas.

Entre 8 e 24 de maio, Zambelli transferiu R$ 339 mil de uma conta no Itaú para outra na Caixa Econômica Federal. Após o início do pedido público de doações, o valor movimentado entre contas de sua titularidade somou R$ 336 mil.

Principais doadores identificados pela PF

  • Luciano Hang, empresário e dono da Havan – R$ 5.000,00 (20/05/2025)
  • LCG Paschoalino Ltda., empresa de transportes – valor não informado (27/05/2025)
  • Marcos Adolfo Tadeu Senamo Amaro, empresário e colecionador de arte – valor não informado (03/06/2025)

Outras doações relevantes

  • Karina Zupelli Roriz dos Santos, secretária parlamentar – R$ 3.187,62 (20/05/2025)
  • Antônio Aginaldo de Oliveira, marido de Zambelli – R$ 2.000,00 (19/05/2025)
  • Cristiane de Brum Nunes Marin – R$ 2.000,00 (19/05/2025)

O relatório aponta ainda que familiares de Zambelli ajudaram a divulgar os canais de arrecadação em redes alternativas como Gettr e Substack, em português, inglês e italiano, com pedidos de apoio, críticas ao ministro Moraes e convocações para atos contra o STF.