Política

Eleições: "voto envergonhado" explica diferença em pesquisa

As principais pesquisas indicavam uma vitória mais folgada de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições

As principais pesquisas indicavam uma vitória mais folgada de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições, ou até mesmo uma definição já no primeiro turno, ocorrido neste domingo (2). No entanto, o que se viu foi uma disputa acirrada, e tudo ficou para o segundo turno. Para Andrei Roman, CEO da Atlas Intelligence, estados com histórico de rejeição ao PT e “voto envergonhado” o resultado. 

“Me parece que houve uma maior mobilização do eleitorado bolsonarista nesses Estados em relação ao eleitor de centro. Esses três Estados parecem ter uma característica em comum: a maior rejeição ao PT. Então, por mais que exista uma rejeição ao Bolsonaro, é mais difícil de mobilizar esse eleitor de centro, centro direita, em direção ao Lula. O fato de ter tido candidatos de terceira via tão fracos talvez tenha ajudado esse eleitor a não se mobilizar para votar”, diz Roman, segundo o “Valor”.

Na sexta-feira (30), a pesquisa da Atlas trazia o candidato do PT com 50,7% dos votos válidos, contra 41% de Bolsonaro, neste primeiro turno. Números do Ipec (ex-Ibope) e do Datafolha divulgados na noite de sábado (1º) reforçaram a possibilidade de vitória.

Nos votos válidos, quando são excluídos brancos e nulos,  a vantagem do petista é de 14 pontos porcentuais. Lula marcou 51% no Ipec e 50% no Datafolha; o presidente alcançou 37% e 36%, respectivamente. 

Roman afirma ainda que existe ainda uma subestimação sistemática do eleitorado de maior renda, por conta da não calibragem das pesquisas, em especial as de institutos mais tradicionais.

“Além disso, acredito que tenha ocorrido um viés de interação humano, que é o voto envergonhado. Me parece que foi um fator muito importante para Bolsonaro neste ciclo”, afirmou o CEO. 

Eleições: Lula e Bolsonaro quebram recorde de votos

Neste domingo (2), o petista recebeu mais de 57 milhões de votos, resultando no melhor desempenho da história de um candidato em primeiro turno.

O detalhe é que o atual presidente também quebrou recorde e cravou o segundo melhor desempenho da história para um primeiro turno, com mais de 51 milhões de votos.

Em relação a 2018, quando o candidato do PT era Fernando Haddad (PT), Lula aumentou os votos do partido em mais de 25 milhões. Na época, o agora candidato a governo de Sâo Paulo, recebeu 31,3 milhões de votos, ante 57 milhões de Lula neste ano.

Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) teve um desempenho melhor que o de 2018: aumentou sua votação em 1,7 milhão de votos, passando de 49,3 milhões para 51 milhões. 

A votação maior ocorre em meio a uma diminuição nos votos brancos e nulos que atingiu, nestas eleições, o menor percentual desde 1994: 4,41%. A abstenção, por sua vez, foi de 20,3% do total, maior percentual desde 1998.

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