O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recebeu mais de 57 milhões dos votos, fez um breve pronunciamento à imprensa, na noite deste domingo (2), quando ficou confirmada a disputa de segundo turno das eleições entre o petista e o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Tranquilo, o ex-presidente afirmou que a sua vitória foi apenas adiada, e que ela virá na “prorrogação”. “Durante toda a campanha, estávamos na frente das pesquisas. Sempre achei que a gente ia ganhar as eleições, e vamos ganhar”, afirmou.
Em meio ao receio do seu eleitorado, que já esperava uma vitória em primeiro turno, Lula ponderou. “Para entender o que vivemos hoje, a gente tem que lembrar do que estava acontecendo há quatro anos”, disse.
Ainda de acordo com ele, esse mês de outubro será a oportunidade de debater os problemas dos brasileiros e de travar um embate franco com Bolsonaro. “Será importante para ter um debate tête-à-tête com o presidente, para saber se ele continuará contando mentiras ou vai falar a verdade”, ressaltou.
Para ele, a próxima rodada da campanha, até o dia 30 de outubro, quando será realizado o segundo turno das eleições, servirá para amadurecer um amplo leque de alianças que mostre, aos eleitores, como o país será governado, caso vença.
Eleições: Bolsonaro diz que venceu a mentira
Pouco tempo depois do discurso do seu adversário, foi a vez do presidente Jair Bolsonaro conceder rápida coletiva à imprensa. Para ele, a grande vitória deste domingo foi contra a mentira, em uma crítica aos institutos de pesquisa, como o Datafolha.
Ainda de acordo com o ex-capitão, o seu grande objetivo no segundo turno será mostrar que “a mudança que alguns querem pode ser para pior”.
O presidente observou que, em igualdade de condições no segundo turno, contará com o reforço dos aliados que foram eleitos no primeiro turno, seja para as assembleias legislativas estaduais, para o Congresso e para o governo de Estados estratégicos.
Um reforço de peso para Bolsonaro será Romeu Zema, reeleito governador de Minas Gerais em primeiro turno. Aos jornalistas, Bolsonaro afirmou que sua equipe já entrou em contato com intermediários de Zema. Avançar em Minas é uma das estratégias para virar o jogo contra Lula.
Questionado sobre se procuraria Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) para negociar apoio nas eleições, Bolsonaro afirmou que os eleitores desses candidatos “são mais simpáticos” ao seu nome, que ao de Lula.