A equipe de Jair Bolsonaro (PL), responsável pela reeleição do presidente, entrou em conflito com Paulo Guedes, o ministro da Economia, desde que o ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva (PT) apareceu na frente de Bolsonaro nas pesquisas eleitorais. Segundo o portal “g1”, os assessores políticos do presidente afirmam que Guedes é muito “resistente” por não ceder o subsídio temporário aos combustíveis.
No último dia 26, o Datafolha divulgou dados da mais recente pesquisa de intenção de voto para a eleição presidencial de 2022. A pesquisa indicou que Lula tem 54% dos votos válidos, enquanto Bolsonaro aparece com 30%. Nesse cenário, o ex-presidente venceria a eleição no 1º turno.
Com a alta do preço dos combustíveis no mundo e as incertezas acerca da Petrobras (PETR4), e após indicar o novo ministro de Minas e Energia e o terceiro presidente da Petrobras no governo Bolsonaro, Guedes passou a ser responsável por solucionar a questão dos combustíveis. No entanto, a equipe de Bolsonaro critica o ministro, afirmando que suas medidas podem não fazer efeito na eleição.
Os assessores de Bolsonaro sugerem “um cavalo de pau imediato na economia” como uma solução para o problema. Uma das propostas seria o uso de parte dos royalties do Estado para subsidiar os combustíveis. Ainda segundo o “g1”, a equipe econômica argumenta que isso furaria o teto de gastos.
No entanto, para a equipe política, não há outra saída para conter o avanço de Lula nas pesquisas, que atribuem ao aumento dos combustíveis.
Bolsonaro e Guedes divergem sobre o preço dos combustíveis
Não é de hoje que o presidente vem criticando a Petrobras e os preços cobrados pela companhia pelos combustíveis no País. Bolsonaro vê com maus olhos o lucro da estatal, afirmando que a Petrobras pode “quebrar o Brasil” caso continue a subir os preços.
De acordo com o “g1”, o principal mote dito aos ministros é de que a definição da eleição está nas mãos do governo já que é a “economia que elege e derruba o presidente”. Um dos ministros afirmou que, apesar da alta dos preços refletir a guerra e a inflação global, “o eleitor está preocupado com o arroz e feijão dele, não quer saber o que está acontecendo na Europa quando não consegue comer”.
Mesmo diante desse cenário, Guedes não cede para conceder um subsídio, medida que ganhou reforço na Câmara. Deputados afirmaram que é preciso declarar uma situação de emergência, com a desculpa de guerra, e liberar o subsídio.
O “g1” destaca que a preocupação de Bolsonaro é justificada, pois o comitê de Lula considera que acertou ao definir a crítica à agenda econômica do presidente como mote de sua campanha.