O ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Jair Bolsonaro, Mario Fernandes, foi preso nesta terça-feira (19) em uma operação da Polícia Federal que investiga planos para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Fontes com conhecimento da apuração disseram à Reuters que o plano visava impedir a posse do governo eleito em 2022. Além de Fernandes, o policial federal Wladimir Matos Soares e quatro militares das forças especiais do Exército, conhecidos como kids pretos, também foram presos, disseram as fontes.
O plano de execução das autoridades foi encontrado com o ex-secretário de Bolsonaro, afirmou uma das fontes. De acordo com nota da PF, a organização criminosa utilizou elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022.
“Entre essas ações, foi identificada a existência de um detalhado planejamento operacional, denominado ‘Punhal Verde e Amarelo’, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, voltado ao homicídio dos candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República eleitos”, disse a PF em nota.
General da reserva Mario Fernandes ocupou a segunda posição na hierarquia da Secretaria-Geral da Presidência e, atualmente, é assessor do deputado e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
Bolsonaro reafirma candidatura à presidência em 2026
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reafirmou, nesta terça-feira (29), que será candidato à Presidência da República nas eleições de 2026.
Quando a outras possibilidades de nomes da direita para concorrer às eleições, como Tarcísio de Freitas (Republicanos) ou Ronaldo Caiado (União Brasil), o ex-presidente rejeitou. “O candidato para 2026 é Jair Bolsonaro”, afirmou o ex-presidente em visita ao ao gabinete da oposição no Senado Federal.
Bolsonaro classificou como “utopia” a possibilidade de que o resultado das eleições municipais poderia indicar um caminho para candidatos de direita que não contassem com seu apoio.
“Já tentaram várias vezes [lançar candidatura sem meu apoio], mas não conseguiram. Juntas, quantas pessoas no aeroporto e batem papo? Não sabem a linguagem do povo. É uma utopia. Todos que tentaram virar líder através de likes e lacração não chegaram a lugar nenhum”, disse o ex-presidente, segundo o “InfoMoney”.
Para o ex-presidente, sua inelegibilidade é um caso não consumado, já que ele ainda pode recorrer. Bolsonaro reclamou, ainda, que outras pessoas possam ser candidatas sem nenhum problema e ele, não.
“O mentor de tudo o que há de errado no Brasil, não só no tocante à corrupção, é o Zé Dirceu, e ele está elegível, pode ser candidato”, afirmou o ex-presidente.
O tópico sobre sua possível anistia não foi o único tema comentado por Jair Bolsonaro, ele também disse que sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, deve ser candidata ao Senado pelo Distrito Federal em 2026.
Mesmo com essa disposição, Michelle “não é muito afeita à política”, mas palavras dele. “Ela não é muito afeita à política. Ela pretende, sim, disputar o Senado pelo Distrito Federal. No momento, essa é a nossa intenção. Acredito que ela tenha muita chance”, afirmou.