
A família do ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf, de 93 anos, assinou um acordo com o MP (Ministério Público) de São Paulo. O trato foi no valor de R$ 210 milhões que serão pagos à prefeitura da capital paulista.
A Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital e a Procuradoria Geral do Município (PGM) assinaram, na terça-feira (29), o termo de não persecução civil com o objetivo de promover a devolução do valor aos cofres públicos.
O acordo se refere a desvios de verbas municipais ocorridos entre 1993 e 1998. Maluf governou a cidade duas vezes: a primeira entre 1969 e 1971, durante a ditadura militar, e a segunda entre 1993 e 1997, já no período democrático.
Ele e algumas de suas empresa são acusados de desviar aproximadamente US$ 300 milhões durante a construção do túnel Ayrton Senna e da avenida Água Espraiada — atualmente chamada de avenida Jornalista Roberto Marinho — em seu segundo mandato.
A negociação para o acordo começou há cerca de um ano e envolve quatro filhos de Maluf, uma ex-nora, um ex-genro, uma companhia offshore sediada no Uruguai e um banco brasileiro que comprou ações da empresa Eucatex, pertencente à família.
Detalhes do acordo
Em nota, Eduardo Diamantino, que representou os familiares do ex-prefeito nas negociações com o Ministério Público, afirmou que o acordo pode ser visto como uma solução para processos que se arrastavam há anos. Ele também destacou uma tendência negocial que favorece todo o sistema de Justiça.
“Ações assim costumam levar anos sem qualquer acordo ou conclusão. O desfecho mostra a postura colaborativa da família, que encerra uma controvérsia judicial sem estar sujeita às incertezas inerentes ao processo”, declarou, segundo a Folha de S.Paulo.