Política

Francisco Dornelles, ex-ministro da Fazenda, morre aos 88 anos

Franciso Dornelles também exerceu o cargo de vice-governador do Rio de Janeiro

O ex-ministro da Fazenda do governo Sarney, Francisco Dornelles, morreu nesta quarta-feira (23) aos 88 anos. Dornelles também foi deputado federal em cinco legislaturas (de 1987 a 2007), senador (2006 a 2014), ministro do governo de Fernando Henrique Cardoso e exerceu o cargo de vice-governador do Rio de Janeiro.

O político nasceu em Belo Horizonte, em 7 de janeiro de 1935, filho de Mozart Dornelles, primo-irmão de Getúlio Vargas, e de Mariana Neves, irmã de Tancredo Neves. Morou até os 14 anos em São João del-Rei, onde seus pais se conheceram.

Formado em direito pela Universidade do Brasil, atualmente Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Dornelles se especializou em tributação e finanças públicas, com cursos nas Universidades de Harvard, nos Estados Unidos, e Nancy, na França, que concluiu no final de 1964.

Além disso, o ex-ministro da Fazenda foi professor de direito financeiro na UFRJ, disciplina em que obteve os títulos de mestre e doutor nessa mesma universidade, respectivamente em 1975 e 1977.

Era casado com Cecilia Andrade Dornelles, com quem teve duas filhas.

Dornelles teve uma longa carreira política

Em 1959, Dornelles foi designado por Tancredo, então secretário de Finanças de Minas Gerais, para a função de subchefe da delegacia fiscal no Rio de Janeiro, órgão que se ocupava da arrecadação e da administração do imposto de exportação.

Durante a década de 70, presidiu a Comissão de Estudos Tributários Internacionais (CETI) do Ministério da Fazenda, função em que chefiou delegações brasileiras que negociavam acordos tributários com outros países.

No governo de João Figueiredo, Dornelles chegou a ser nomeado secretário da Receita Federal.

Em 1985, com a vitória de Tancredo Neves no colégio eleitoral, foi indicado para assumir o Ministério da Fazenda do novo governo. Com a morte de Tancredo, foi confirmado no posto por José Sarney, que assumiu a Presidência. Dornelles renunciou ao cargo cinco meses após assumi-lo, sendo substituído por Dilson Funaro.

No primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Dornelles se tornou ministro da Indústria, Comércio e Turismo (1996-1998). Em 1999, virou ministro do Trabalho e Emprego. Deixou o Ministério em 2002 para se candidatar a um mandato na Câmara. Foi eleito. Em 2006 elegeu-se para o Senado.

No final de 2014, Dornelles foi chamado para ser o vice de Luiz Fernando de Souza (Pezão), candidato do PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) ao governo do Rio de Janeiro. A chapa saiu vencedora.

Dornelles chegou a ocupar a chefia do Executivo carioca, interinamente, por duas vezes, quando Pezão se afastou para tratamento de saúde, e o substituiu quando ele foi preso preventivamente, em novembro de 2018, acusado de corrupção.