Política

Fundos têm recorde captação de R$ 206 bilhões sendo puxados por renda fixa

As carteiras de ações captaram somente R$ 3,2 bilhões, enquanto os multimercados receberam R$ 81,4 bilhões.

O setor de fundos de investimentos teve uma captação recorde no primeiro semestre, que foi influenciada pela alta da Selic e por alguma poupança precaucional de investidores de maior poder aquisitivo. Os portfólios de renda fixa lideraram os ingressos, captando R$ 98,9 bilhões entre janeiro e junho.

O fluxo reverteu integralmente a saída líquida de R$ 91,6 bilhões no mesmo período em 2020, quando os mercados estavam sendo fortemente afetados pela pandemia da Covid-19.

No conjunto, o setor acumulou R$ 206 bilhões, um incremento de 1.700% se comparado com a captação líquida do mesmo intervalo de tempo no ano passado. No fim de junho, o patrimônio era de R$ 6,6 trilhões. Os dados foram compilados pela Aniba, associação que representa o mercado de capitais e de investimentos.

As carteiras de ações captaram somente R$ 3,2 bilhões, enquanto os multimercados receberam R$ 81,4 bilhões, com alta de 110%.

Para o sócio da Asset1, Marcelo Fatio, a elevação da Selic atrai novos investidores para a renda fixa, além disso, ainda pode haver algum incremento de reservas, com a “população de maior renda poupando mais na pandemia, elevando os volumes investidos”, como disse à Valor.

É natural que ativos mais conservadores voltem a ter algum charme, segundo José Eduardo Araujo, executivo-chefe de operações da Legacy, “com a Selic a 6,5%, 7% ao ano, começa a fazer sentido para o poupador médio olhar isso, não sei até que ponto já está antecipando a discussão política no ano que vem”.