As indicações de Gabriel Galípolo e de Ailton Aquino para a diretoria do Banco Central (BC) foram aprovadas nesta terça-feira (4) pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Galípolo, que foi indicado para a diretoria de política monetária do BC, recebeu 23 votos a favor e 2 contra. Já Aquino, indicado para a diretoria de fiscalização, recebeu 24 votos a favor e 1 contra.
Ao longo da sabatina, Galípolo relatou que o mercado “já projeta” cortes na curva futura de juros. Além disso, ele citou medidas do Ministério da Fazenda, que, com a taxa Selic mais baixa, “podem estimular o retorno dos investimentos e de crescimento mais sustentável pelos próximos anos”.
Quando questionado sobre a autonomia do Banco Central, o economista afirmou que “não cabe aos diretores opinarem”.
“Muitas vezes se entende a autonomia do BC como se fosse uma autonomia do processo democrático. Como se alguém quisesse ser indicado ao BC para fazer alguma coisa à revelia do que saiu da vontade democrática (…) É óbvio que é o poder eleito pelas urnas que definem o destino econômico do nosso país”, pontuou Galípolo.
BB (BBAS3): Galípolo renuncia de cargo no Conselho
O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou na noite de segunda-feira (3) que Gabriel Galípolo renunciou ao seu cargo no Conselho de Administração da empresa, com efeito imediato. A renúncia ocorreu às vésperas da sabatina de Galípolo para a diretoria do Banco Central.
Professor universitário, Galípolo foi indicado para ocupar a diretoria de Política Monetária do Banco Central, antes ocupada por Bruno Serra Fernandes. O relator da indicação foi o senador Otto Alencar (PSD-BA). Anteriormente, o ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda havia sido eleito conselheiro do BB em maio deste ano.
Governo publica exoneração de Gabriel Galípolo da Fazenda
O economista Gabriel Galípolo havia sido exonerado do cargo de secretário-executivo do Ministério da Fazenda, conforme publicado na edição matutina do Diário Oficial da União (DOU) em 20 de junho. Em seu lugar, foi nomeado o advogado Dario Durigan, velho conhecido do ministro Fernando Haddad (PT).
A movimentação de Gabriel Galípolo já havia sido anunciada por Haddad há mais de 40 dias e ocorreu após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicar o economista para a diretoria de Política Monetária do Banco Central.