Política

Galípolo diz que inflação está mais resiliente que o esperado

Para Galípolo, tal percepção se reforça quando são observados fatores como o mercado de trabalho

O diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira (5) que a inflação no Brasil tem se mostrado mais persistente do que se imaginava. A fala do banqueiro foi feita durante o Fórum GRI de Fundos Imobiliários 2023, em São Paulo.

De acordo com Galípolo, tal percepção se reforça quando são observados fatores como evolução de preços em serviços subjacentes e o mercado de trabalho, que tem se mostrado mais resiliente.

Para o banqueiro, “tanto inflação quanto crescimento surpreenderam positivamente em relação ao começo do ano”.

Além disso, segundo o diretor do BC, o cenário de incertezas internacionais, com os rumos da política monetária dos EUA e a subida do preço do petróleo, e a percepção de um mercado de trabalho doméstico mais resiliente podem colocar o ritmo de corte da Selic, de 0,50 ponto percentual, como mais adequado no momento.

“A gente achou importante sinalizar esse ritmo, porque está se revelando o mais adequado”, disse Galípolo.

Campos Neto diz que inflação “bateu no pico”

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a destacar na última segunda-feira (2) a queda da inflação em 12 meses e afirmou que o índice “bateu no pico”. A declaração do economista foi feita em evento da Associação Brasileira de Câmbio (Abracam), em São Paulo.

Para Campos Neto, a inflação brasileira, apesar de algumas pressões recentes vindas de combustíveis e energia, está “benigna”, e, diferentemente de outros momentos, está sendo puxada hoje principalmente por fatores globais.

Segundo o presidente do BC, há uma volatilidade recente nas expectativas do mercado “mais por fatores globais do que locais”.

Além disso, Campos Neto disse que as expectativas de inflação de 2023, 2024 e 2025 estão “mais ou menos” dentro da banda da meta definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).

Campos Neto diz que barra está alta para acelerar corte de juros

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu também em 28 de setembro que a barra pode estar mais alta para o Banco Central (BC) considerar acelerar o ritmo de queda da taxa de juros.

“Eu diria que a barra talvez esteja ligeiramente um pouco mais alta sim”, comentou Campos Neto ao ser questionado sobre o assunto em entrevista coletiva.

Segundo o presidente do BC, há “várias coisas ao mesmo tempo” que determinam esse cenário. No cenário exterior, Campos Neto argumentou que há fatores novos e citou a alta da curva de juros dos EUA e as percepções sobre a mudança do modelo de crescimento da China.

A fala de Campos Neto foi feita após o BC ter cortado os juros em 0.50 ponto percentual, de 13,25% para 12,75%, com a sugestão de que repetirá a mesma dose de flexibilização da Selic nas duas próximas reuniões deste ano.