O economista Gabriel Galípolo, de 42 anos, foi escolhido pelo governo federal para assumir a presidência do Banco Central, em substituição a Roberto Campos Neto.
Galípolo, que ocupa o cargo de diretor de política monetária da instituição desde 2023, foi nomeado para o novo mandato que vai de 2025 a 2028. O anúncio foi realizado na última quarta-feira (28) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A indicação foi aprovada na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) com 23 votos a favor e 2 contra. Posteriormente, seu nome foi ratificado no plenário, obtendo 39 votos favoráveis, 12 contrários e uma abstenção.
Segundo Haddad, a indicação de Galípolo será enviada ao Senado para apreciação ainda nesta quarta-feira (9).
“Hoje ele [Lula] está encaminhando ao Senado Federal, ao presidente Pacheco e ao senador Vanderlan, presidente da CAE, o indicado dele para a presidência do Banco Central, que vem a ser o Gabriel Galípolo, que hoje ocupa a diretoria de Política Monetária do banco. E comunicar também que a partir de agora nós vamos começar a trabalhar os três nomes que vão compor a diretoria do banco”, disse o ministro.
Além disso, o ministro mencionou que a escolha dos novos diretores do Banco Central ainda está em processo de discussão.
“Na mesma magnitude, [é] uma honra, um prazer e uma responsabilidade imensa ser indicado à presidência do Banco Central do Brasil pelo ministro Fernando Haddad e pelo presidente Lula. Estou muito contente”, disse apenas, “em respeito ao processo, que ainda precisa passar pelo Senado”.
Apesar de não ter comentado a respeito de sua indicação de forma antecipada, Lula já havia elogiado Gabriel Galípolo em outras ocasiões.
Durante entrevista à rádio Itatiaia, em 27 de junho, o presidente afirmou: “Se tem alguém que é um verdadeiro ouro, é o Galípolo. Extremamente competente, com uma honestidade rara. Ele tem todas as qualidades necessárias, embora eu nunca tenha conversado com ele sobre isso.”
Além de definir a indicação de Galípolo para a presidência do Banco Central, Lula ainda precisa nomear os futuros diretores de Regulação e Relacionamento, cujos mandatos também terão início no começo do próximo ano.
Temas tratados na primeira sabatina
Durante sua última sabatina, Galípolo abordou a autonomia do Banco Central, afirmando que a discussão não deve ser conduzida pelos diretores, mas respeitando a legislação vigente.
O possível sucessor de Roberto Campos Neto destacou que a autonomia não deve ser confundida com a falta de respeito ao processo democrático, ressaltando que a vontade popular é fundamental para definir os rumos econômicos.
Sobre sua indicação, Galípolo expressou que não se vê como um preposto do governo, mas sim como alguém bem acolhido pelo corpo técnico do BC, enfatizando a importância de uma boa comunicação entre as partes.
Em relação à situação fiscal, Galípolo comentou sobre a relação dívida/PIB, enfatizando que, com um PIB potencial de crescimento entre 1,5% e 1,6% e juros neutros de aproximadamente 4,5%, a trajetória da dívida não é promissora.
A autoridade também abordou a inclusão financeira, afirmando que taxas de juros mais baixas e estáveis são essenciais para garantir acesso a crédito, que se traduz em renda disponível para a população.