
O governo federal apertou o passo na reta final de 2025 e liberou R$ 1,8 bilhão em emendas parlamentares em apenas uma semana.
A ofensiva elevou o total pago no ano para R$ 31,01 bilhões e busca reduzir a pressão do Congresso Nacional por mais desembolsos antes do encerramento do exercício. Ainda assim, quase R$ 17 bilhões permanecem pendentes de pagamento.
A operação envolve uma força-tarefa liderada pela Secretaria de Relações Institucionais, em coordenação com o Tesouro Nacional e ministérios executores, para acelerar empenhos, liquidações e pagamentos até 31 de dezembro.
Emendas parlamentares em 2025: quanto já foi pago
Até a última semana de trabalho do Legislativo, R$ 29,2 bilhões já estavam efetivamente pagos. Com a liberação recente, o total chegou a R$ 31,01 bilhões.
Do orçamento autorizado para 2025 (R$ 48,49 bilhões), R$ 45,26 bilhões já foram empenhados (93%). Na etapa seguinte, R$ 31,25 bilhões acabaram liquidados, quase o mesmo montante efetivamente pago.
Na prática, R$ 17 bilhões seguem sem desembolso e podem virar restos a pagar para os próximos exercícios.
Por que ainda há valores pendentes
A execução deste ano influenciou-se por mudanças relevantes no processo. O Orçamento foi sancionado apenas em abril, concentrando etapas no segundo semestre.
Além disso, entraram em vigor novas regras de transparência e rastreabilidade, após decisões do Supremo Tribunal Federal, que ampliaram as exigências formais para liberação dos recursos.
Sendo assim, esses ajustes aumentaram o número de checagens, de planos de trabalho à conferência documental, e impactaram o ritmo dos pagamentos.
Execução por tipo de emenda: quem recebeu mais
As emendas individuais, de execução obrigatória, concentram a maior fatia: R$ 19,7 bilhões pagos. As emendas de bancada estadual somam R$ 6,02 bilhões.
Porém, as emendas de comissão, que não têm execução obrigatória, registram R$ 5,29 bilhões em pagamentos, considerando Câmara e Senado.
Partidos no topo do ranking de pagamentos
No recorte partidário, o PL lidera com R$ 3,35 bilhões pagos. Em seguida aparecem PSD (R$ 2,25 bilhões), PT (R$ 2,25 bilhões) e União Brasil (R$ 2,24 bilhões). MDB (R$ 2,10 bilhões), PP (R$ 1,87 bilhão) e Republicanos (R$ 1,45 bilhão) completam a lista dos maiores volumes desembolsados.
Parlamentares acompanham de perto a execução, especialmente no fim do ano, quando tradicionalmente há aceleração. No Palácio do Planalto, a SRI mantém a interlocução com deputados e senadores e envia os ofícios finais ao Tesouro após a regularização nos ministérios setoriais.
Dessa forma, o foco técnico é concluir etapas para viabilizar o maior número possível de pagamentos ainda em 2025.
Emendas ganham peso no Orçamento e no jogo político
Nos últimos anos, as emendas parlamentares ampliaram participação no Orçamento da União, tanto em volume quanto em influência.
Mudanças legais tornaram obrigatória a execução de parcelas relevantes, sobretudo emendas individuais e de bancada, e elevaram a centralidade do instrumento na relação entre Executivo e Legislativo.
Em paralelo, o aumento dos valores trouxe maior controle institucional, com exigências de transparência e identificação de beneficiários.
Em suma, as resoluções aprovadas pelo Congresso para atender às decisões do STF redesenharam o fluxo administrativo em 2025, com efeitos diretos sobre o ritmo dos desembolsos.