O Governo Federal foi surpreendido no final de semana pelo resultado das eleições primárias na Argentina, que alçou o ultraliberal Javier Milei à condição de favorito para se tornar o novo presidente argentino. De acordo com informações da “CNN”, o governo Lula teme pelo futuro do Mercosul e responsabiliza o FMI (Fundo Monetário Internacional) pela popularidade de Milei.
Segundo a “CNN”, auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no entanto, ainda acreditam que o jogo pode virar nas eleições presidenciais de outubro e torcem pelo que chamam de “forças democráticas” contra Milei.
Quando questionado pela “CNN” se existe a intenção de construir pontes entre o Planalto e o vencedor das primárias do domingo (13), um auxiliar direto de Lula foi direto: “E ele por acaso quer pontes conosco?”.
Apresentando-se como “anarcocapitalista” e antissistema, Milei se declara admirador de Donald Trump e Jair Bolsonaro (PL) e tem laços com partidos da ultradireita internacional, como o Vox da Espanha.
Argentina: mercados e peso são pressionados após vitória da ultradireita
A pressão sobre a moeda e o mercado da Argentina aumentou nas primeiras horas desta segunda-feira (14), após a vitória do candidato ultraliberal Javier Milei nas eleições primárias.
Durante a campanha, Milei enfatizou que, caso eleito, irá impor a dolarização e dissolução do Banco Central. O resultado de Milei nas primárias surpreendeu ao superar em muito as previsões obtendo cerca de 30% dos votos, com 90% das urnas apuradas.
Em resposta ao resultado preliminar, o BC da Argentina decidiu desvalorizar o peso em 22% e, para compensar essa queda, elevou a taxa básica de juros em 21 p.p., para 118%.
Com isso, um dólar passa a valer 350 pesos. No mercado paralelo, o “blue” está cotado acima de 600 pesos.
Na abertura do mercado, o principal índice de ações S&P Merval perdia 3,5%, para 463.471 pontos, ante aos 480.914,59 pontos do fechamento da sexta-feira (11).
Para vencer as eleições presidenciais da Argentina do dia 22 de outubro, um candidato precisa atingir 45% dos votos ou 40% e uma vantagem de 10 pontos sobre o segundo colocado. Caso não haja um vencedor no primeiro turno, uma votação entre os dois principais candidatos ocorrerá em novembro.