Política

Governo Lula: troca no Exército foi "ligeira e necessária"

Múcio reconheceu uma “fratura no nível de confiança” nas relações com o então comandante do Exército

A troca de comandante do Exército apenas três semanas depois de iniciado o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi “ligeira e necessária”, de acordo com informações do “Valor”. A saída foi anunciada na noite de sábado pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, depois de um dia de tensão no governo e na caserna.

Em um rápido pronunciamento, Múcio reconheceu uma “fratura no nível de confiança” nas relações com o então comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, formalizou a demissão do oficial e a nomeação do general Tomás Miguel Ribeiro Paiva para o posto.

“Depois dos episódios, a questão dos acampamentos, do dia 8 de janeiro, as relações com o comando do Exército sofreram uma fratura no nível de confiança”, disse o ministro ao falar com à imprensa no sábado (21). 

No governo, acredita-se que houve complacência com o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, de onde bolsonaristas radicais saíram no dia 8 para atacar as sedes dos três Poderes, em Brasília. Critica-se, também, a atuação do Batalhão da Guarda Presidencial na defesa do Palácio do Planalto contra os golpistas.

Ainda de acordo com à publicação, a decisão também teve como fator a resistência de Arruda em suspender a nomeação do tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid para comandar o 1º Batalhão de Ações e Comandos (BAC), que faz parte do prestigiado Comando de Operações Especiais, com sede em Goiânia (GO), considerado uma “tropa de elite” da força terrestre.

Conhecido como coronel Cid, o oficial foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e, segundo o portal “Metrópoles”, está sendo investigado por um suposto “caixa dois” com o cartão corporativo da Presidência.

Segundo a apuração da Polícia Federal, o militar teria feito saques com o cartão corporativo da Presidência, e teria feito pagamentos de contas pessoais da família de Bolsonaro com esses recursos. 

Para integrantes do primeiro escalão do governo, o que definiu o destino de Arruda foi o que consideram falta de compromisso em tomar as providências esperadas pelo comandante supremo das Forças Armadas, o presidente.

Interlocutores de Lula dizem esperar que o episódio restabeleça a normalidade nas relações com os militares, mesmo que isso possa levar ainda um tempo. 

Entretanto, a mudança gerou desconforto pelo fato de ter exposto o Exército e não ter sido tratada previamente, quando Lula reuniu-se com os comandantes das Forças e representantes da indústria.

Lula retoma relações do Brasil com países da América Latina

O presidente Lula retomará, neste domingo (22), as relações do Brasil com a América Latina, inclusive com a Argentina. O Brasil voltará a fazer parte da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac). As informações são da “Reuters”. 

Lula não foi ao Fórum Econômico de Davos e deu preferência em reatar os laços com parceiros regionais, o que foi deixado de lado no governo Bolsonaro. Mesmo sem ter ido a Davos, o presidente enviou Fernando Haddad e Marina Silva como representantes da economia e do meio ambiente, respectivamente.

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