Em meio à foco nos gastos

Lula critica celebração de altos juros em evento do Banco Central

As críticas surgem em meio às suas preocupações de que o debate esteja focado principalmente nos cortes de gastos do governo

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente da República Lula voltou a expressar sua discordância em relação à taxa básica de juros, a Selic, em seus comentários sobre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. 

O chefe do Estado sugeriu que aqueles que celebraram o presidente da instituição recentemente em São Paulo estão se beneficiando dos altos juros.

As críticas surgiram em meio às suas preocupações de que o debate na mídia nacional esteja focado principalmente nos cortes de gastos do governo e nos planos fiscais delineados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Lula mencionou que o sistema financeiro tem uma influência significativa na mídia brasileira.

Lula destacou a discrepância de se comemorar a taxa de juros em um país com inflação de 4%. O evento em homenagem a Campos Neto foi organizado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e contou com a presença de banqueiros, empresários e políticos próximos.

Lula rebate rumores sobre Haddad: “extraordinário ministro”

Enquanto correm boatos sobre um possível desgaste de Fernando Haddad (PT), mandatário da Fazenda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) garantiu que o ministro segue prestigiado na Esplanada.

Haddad estaria sendo alvo de “fogo amigo” dentro do governo federal. Tais rumores se tornaram mais intensos nas últimas semanas, e preocuparam o mercado financeiro no pregão de quarta-feira (12), elevando o dólar e derrubando o Ibovespa.

“Não tem nada com o Haddad. Ele é extraordinário ministro, não sei qual é a pressão contra o Haddad”, garantiu Lula a jornalistas enquanto participava de um evento da OIT (Organização Internacional do Trabalho), em Genebra-Suíça.

“Todo ministro da Fazenda, desde que eu me conheço por gente, vira o centro dos debates, quando a coisa dá certo e quando a coisa não dá certo”, completou Lula.

Os ruídos em torno do ministro pioraram após a MP (Medida Provisória) para compensar a desoneração do PIS/Cofins na folha de pagamento de 17 setores da economia e municípios. A MP foi devolvida por Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Senado, em uma derrota para Haddad.