Ajuste

Tebet admite reforma no arcabouço fiscal para 2027

Segundo Tebet, o atual regimento pode resultar em um crescimento insustentável da dívida pública

Fonte: EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO
Fonte: EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO

A ministra do planejamento e Orçamento Simone Tebet, afirmou em entrevista à Globonews na noite desta quarta-feira (12) que o arcabouço fiscal em sua atual configuração, não será suficiente para garantir uma gestão econômica eficaz em 2027.

“Chegou o momento em que, em 2027, seja quem for o próximo presidente, não governa com esse arcabouço fiscal, com essas regras fiscais, sem gerar inflação, dívida e detonar a economia”, salientou 

Segundo Tebet, o atual regimento pode resultar em um crescimento insustentável da dívida pública, mas reconheceu que tais medidas só serão possíveis após as eleições de 2026, quando os congressistas não estiverem mais na disputa pelas reeleições e popularidade.

Janela de oportunidades

 Ela destacou que o final de 2026 pode ser uma janela de oportunidades para reformas estruturais na economia, passada o clamor das eleições. A rigidez seria necessária para o controle do gasto público e poderia afetar a popularidade do mandatário, porém com longo prazo de recuperação para aprovação 

A ministra alertou que caso medidas não sejam tomadas, o país pode entrar em um novo ciclo de irresponsabilidade fiscal e que o governo precisará acertar a “dose” do ajuste. A missão será como exercer um aperto enquanto consegue reduzir juros e inflação enquanto tenta estimular o crescimento econômico.

“O que nós temos de janela de oportunidade… em novembro e dezembro de 2026, seja o presidente Lula reeleito ou seja um outro presidente eleito, é fazer o dever fiscal, é cortar gastos, o supérfluo e fazer uma política em um arcabouço mais rigoroso”, apontou.

A política argumentou que essa estratégia seria o oposto do que foi feito após as eleições de 2022, quando foi necessário que o governo recém-eleito apresentasse uma PEC de transição para viabilizar programas como Bolsa família, auxílio gás e farmácia popular. 

“Achávamos que teríamos um parceiro mais fiscalista no Congresso Nacional, e não foi. Não é o Congresso fiscalista que nós imaginávamos, então não adianta dar murro em ponto de faca”, afirmou.