
O governo central registrou um déficit primário de R$ 29,2 bilhões em fevereiro, conforme levantamento, prévio, da Warren Rena com dados do portal Siga Brasil, que disponibiliza informações sobre as contas públicas, divulgado em reportagem do Valor Econômico.
O resultado foi influenciado por uma receita líquida de R$ 144,5 bilhões e despesas totais de R$ 173,6 bilhões no mês passado, segundo a corretora.
Esse déficit é menor que o do mesmo mês em 2024, quando o rombo foi de R$ 58,3 bilhões.
Em comparação com janeiro, a receita líquida cresceu 3,7%, enquanto as despesas apresentaram uma queda de 13,4%.
“Em relação a janeiro deste ano, a alta da arrecadação líquida prosseguiu no mesmo ritmo, consistente, apesar de inferior ao verificado em 2024. Adicionalmente, em fevereiro de 2024, houve a entrada de R$ 4,0 bilhões da taxação do estoque de rendimentos dos fundos exclusivos, sem contrapartida nesse ano”, diz o relatório, assinado pelos economistas Felipe Salto, Josué Pellegrini e Gabriel Garrote.
Crescimento da arrecadação e queda nos gastos
O relatório revela que o crescimento da arrecadação está diretamente ligado ao Regime Geral de Previdência Social.
Por outro lado, a arrecadação gerida pela Receita Federal teve um aumento de 1,6%, embora com “desempenhos fracos” no Imposto de Renda, na Contribuição para o PIS/Pasep e na CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido).
Quanto aos gastos, a redução é explicada principalmente pelo pagamento de precatórios em fevereiro de 2024, que não teve equivalente no mesmo mês deste ano.
Além disso, as despesas discricionárias sofreram uma queda de 12,7%, já ajustada pela inflação.
Desempenho dos gastos públicos em fevereiro
Em fevereiro, a execução dos gastos não obrigatórios foi de 5% do que estava previsto no PLOA-2025, superando o desempenho de janeiro (3,8%), mas abaixo dos 5,7% registrados no mesmo mês do ano passado.
Por outro lado, os benefícios previdenciários apresentaram um aumento de 2,4%, mantendo o mesmo ritmo de crescimento de janeiro. O Benefício de Prestação Continuada (BPC) teve uma desaceleração, com alta de 12,3% em fevereiro, em comparação aos 14,8% do mês anterior.
A complementação da União ao Fundeb seguiu em alta, enquanto o Bolsa Família apresentou uma queda real de 8% em relação a fevereiro de 2024.