Um dos principais líderes dos caminhoneiros, Wallace Landim, o Chorão, cobrou uma atitude do presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação aos aumentos nos preços dos combustíveis. Ao subir o tom, ele não descartou a possibilidade de uma nova greve dos caminhoneiros.
“Exigimos transparência com relação ao estoque de diesel para o mercado interno. O novo presidente da Petrobras precisa dizer para a categoria se os preços vão parar de subir e se existe risco de desabastecimento”, diz Chorão, em nota. O líder ainda alertou o presidente sobre uma nova greve dos caminhoneiros, fazendo com que o país “parasse novamente”.
“Ou o senhor chama a responsabilidade, chama o conselho administrativo da Petrobras, chama o Ministério da Economia, quem o senhor quiser. Porque, senão, esse país vai parar novamente. A categoria já está parando por não ter condições de rodar, a classe pobre não tem condições de comer. Chame a responsabilidade, porque senão esse país vai estar parado e a responsabilidade é sua”, afirmou Chorão.
Chorão também afirmou que os caminhoneiros foram pegos de surpresa com a nova troca no comando da Petrobras em menos de 40 dias e cobrou transparência em relação ao estoque do diesel no mercado interno. Fontes oficiosas da Petrobras afirmaram que a mudança no comando da companhia poderá demorar até um mês para acontecer.
Greve dos caminhoneiros faz 4 anos
A greve que parou o país em 2018 completou quatro anos nesta semana. Em conversas e mensagens de áudio enviadas por meio de aplicativos, caminhoneiros deflagraram uma greve geral, que provocaria desabastecimento no país e interromperia o transporte de alimentos, combustíveis e até insumos médicos. Também reduziria frotas de ônibus e faria com que escolas suspendessem aulas.
A greve tomou forma depois que a Petrobras anunciou para o dia 22 de maio um reajuste de 0,9% no preço da gasolina e de 0,97% no preço do diesel nas refinarias. Na ocasião, o litro da gasolina passou a custar R$ 2,06. O do diesel, por sua vez, chegou a R$ 2,37. O último acumulava alta de mais de 50% nos últimos 12 meses até então.
Além disso, a categoria ainda reivindicava redução nas alíquotas dos impostos cobrados sobre os combustíveis, como o PIS/Cofins e o Cide. Houve paralisação em rodovias e em áreas estratégicas, como o Porto de Santos (SP) e refinarias. Em seu auge, o movimento chegou a atingir 24 estados e o Distrito Federal.
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A greve dos caminhoneiros foi perdendo força após dez dias, com o desbloqueio de estradas pelas Forças Armadas e o acordo com o governo. O abastecimento de comidas e de combustíveis começava a apresentar sinais de normalidade.