Comércio exterior

Grupo de empresários brasileiros busca mais isenções em reuniões nos EUA

Após encontro com o governo americano, comitiva terá rodada de negociações bilaterais com setor privado

Presidente dos EUA, Donald Trump (Foto: reprodução/Casa Branca)
Presidente dos EUA, Donald Trump (Foto: reprodução/Casa Branca)

Um grupo de cerca de 100 empresários e representantes setoriais brasileiros, ligados ao CEO Fórum, CNI e Amcham, segue nesta quinta-feira (4) em encontros bilaterais com o setor privado nos EUA.

O objetivo é sensibilizar companhias norte-americanas para a inclusão de mais áreas nas isenções ao tarifaço de 50% imposto pelo governo Donald Trump.

Na quarta-feira (3), a comitiva não foi recebida por congressistas norte-americanos, mas participou de reunião com a Representação Comercial dos Estados Unidos (USTR), em resposta ao processo aberto com base na Seção 301 da lei de comércio americana, em vigor desde 15 de julho.

Segundo Ailtom Nascimento, secretário-geral do CEO Fórum e vice-presidente da Stefanini, a ausência de parlamentares foi motivada por questões de política interna.

“O grupo não priorizou Republicanos ou Democratas, o que pode ter pesado na decisão”, disse.

No encontro no USTR, realizado em auditório, representantes de ambos os lados se revezaram em perguntas e respostas sobre temas como comércio digital, serviços de pagamento eletrônico, tarifas preferenciais, propriedade intelectual, etanol e meio ambiente.

“Os questionamentos foram variados, do etanol ao Pix, com grandes críticas ao desmatamento”, afirmou Nascimento.

“Respondemos a tudo e teremos sete dias para detalhar pontos adicionais.”

Ele acrescentou que os empresários contra-argumentaram críticas ambientais com dados de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas.

A expectativa é que as reuniões desta quinta com empresas e lobistas norte-americanos gerem pressão do setor privado local para ampliar as isenções.

Contudo, como mostrou o Estadão, a diplomacia de Trump já deixou claro que a manutenção ou redução do tarifaço depende de uma solução para impasses políticos entre Brasil e EUA.