Futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad anunciou, nesta terça-feira (13), o economista Bernard Appy como secretário especial para a reforma tributária em sua pasta. O comunicado ocorreu em entrevista coletiva feita no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
Appy, anunciado por Haddad, é o mentor da principal proposta de reforma tributária em tramitação no Congresso Nacional, a chamada PEC 45, que cria o IVA (Imposto sobre Valor Agregado) em substituição a cinco tributos federais, estaduais e municipais (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS).
O economista comandou a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda e a Secretaria Extraordinária de Reformas Econômico-Fiscais nos primeiros governos de Lula.
Haddad também anuncia Gabriel Galípolo
O chefe da pasta também anunciou Gabriel Galípolo como novo secretário-executivo da Fazenda. Ele afirmou que se aproximou de Galípolo “há pouco mais de um ano” e ambos tiveram “interação muito positiva ao longo da campanha eleitoral”.
“Me identifiquei com visão de mundo dele a ponto de indicá- lo como ‘vice-ministro’. Na minha ausência, ele fala por mim e coordena a equipe. Tenho uma visão de conjunto muito parecida com a dele”, completou.
Quem é Gabriel Galípolo, secretário-executivo de Haddad
O ex-banqueiro Gabriel Galípolo, 40, ganhou notoriedade em 2022 pela proximidade com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sendo um de seus conselheiros sobre mercado financeiro.
Apesar de não ter conseguido eleger Haddad, o ex-banqueiro foi chamado pelo futuro ministro para assumir a secretaria-executiva da Fazenda. Curiosamente, sem experiência em cargos públicos, o economista, que é mestre em economia pela PUC de São Paulo, terá que aprender como tocar o dia a dia da gestão do ministério da Fazenda.
Mesmo com a proximidade com o PT, o economista já esteve na oposição. Presidente do Banco Fator de 2017 a 2021, Galípolo atuou na modelagem das vendas das duas estatais, ocorridas sob protesto de petistas.
Em dezembro de 2016, o Governo de São Paulo contratou a consultoria do Fator para privatização da Cesp (Companhia Energética do Estado de São Paulo). No ano seguinte, o banco venceu a licitação do BNDES para concepção da venda da Cedae (Companhia de Águas e Esgotos do Rio).
Sob o comando de Galípolo, o Banco Fator também atraiu capital estrangeiro para que assumisse a construção e exploração da linha 6 do metrô de São Paulo.
Durante a campanha presidencial, em um jantar da presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), com economistas, Galípolo lamentou o que vê como dicotomia. Na ocasião, o novo secretário de Haddad afirmou que “privatização não pode ter um fim em si mesma”, mas estar alinhada a um propósito.