
O ministro da Fazenda, Fernanda Haddad (PT), criticou a postura dos EUA em relação às negociações sobre o tarifaço aplicado contra produtos brasileiros. Ele voltou a relatar que o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, cancelou uma reunião previamente agendada com a alegação de “falta de agenda”, mas recebeu em seguida o deputado Eduardo Bolsonaro (PL).
A fala foi feita em entrevista ao programa Canal Livre, da Band, que vai ao ar neste domingo (31) poucos dias após o Brasil decidir acionar a Lei da Reciprocidade Econômica contra os EUA. Conforme adiantou a Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o governo brasileiro já enviou a comunicação oficial sobre a provável retaliação ao governo norte-americano.
Haddad e a Crise Comercial com os EUA
“Recebi um e-mail do secretário do Tesouro dos EUA, marcando horário e dia para a reunião virtual. Depois do cancelamento, alegadamente por falta de agenda, ele recebeu o Eduardo Bolsonaro“, afirmou Haddad, de acordo com o Investing.
Segundo ele, esse tipo de gesto coloca em questão a disposição real da Casa Branca em dialogar sobre a crise comercial.
O acionamento da lei da reciprocidade foi uma resposta ao processo aberto pelos EUA, no mês passado, que taxou parte expressiva das exportações brasileiras. A medida estabelece um prazo de até 210 dias para que haja efetivação, criando paridade de condições entre as duas nações durante as consultas e trocas de informações.
Haddad comenta sobre operação que investiga PCC na Faria Lima
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), declarou neste domingo (32) que a Operação Carbono Oculto representa uma inovação no enfrentamento ao crime organizado no Brasil. Segundo ele, o esquema alcançou o mercado financeiro, mas não o tradicional.
“Quando a gente fala de Faria Lima, não estou falando do mercado financeirotradicional. Estou falando de gente que ganhou tanto dinheiro que começou a alugar andares dos prédios mais chiques da cidade”, afirmou, de acordo com o InfoMoney.
Investigações e cifras envolvidas
O ministro destacou que as cifras em jogo são expressivas e tendem a crescer conforme as apurações avancem. “Não tenho dúvidas de que, com o aprofundamento das investigações, a operação chegaria a centenas de bilhões de reais lavados pelo crime organizado”, disse. Apenas em São Paulo, lembrou, já foram identificados R$ 52 bilhões movimentados. “Para chegar a 100, 200, 300 (bilhões)… não precisa de muita coisa”, completou.