O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse nesta sexta-feira (13) que o mundo atravessa um momento crítico e está enfrentando crise atrás de crise. A declaração de Haddad foi feita durante discurso sobre a presidência do Brasil no G20.
“A economia mundial está em um momento crítico. Em vez do triunfo da globalização e de uma ordem mundial liberal centrada no livre comércio, o que vemos hoje é uma crescente fragmentação geoeconômica e um multilateralismo ineficaz, para não falar de uma nova crise da dívida no Sul Global e uma catástrofe ambiental iminente”, afirmou Haddad, que está em Marrakech, Marrocos.
O ministro brasileiro ainda defendeu a necessidade de uma nova estratégia econômica global, algo chamado de “multilateralismo do século XXI”, para fazer frente a essas crises globais.
Haddad diz que cota do Brasil no FMI pode ser revista
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou na última quinta-feira (12) que a diretora-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional), Kristalina Georgieva, manifestou a intenção de apresentar um cronograma para a revisão das cotas com que cada país emergente, Brasil incluso, contribui para o fundo.
“Ela disse querer apresentar uma nova fórmula para realinhamento e nos convidou a pensar sobre esta possibilidade”, disse Haddad a jornalistas após se reunir com a diretora-geral do fundo, em Marrakech, no Marrocos.
A discussão em torno da revisão das cotas dos países-membros é um dos itens da pauta da reunião anual do FMI, evento que acontece até o próximo sábado (14).
Antes das declarações de Haddad, Georgieva já havia dito que, durante o encontro, espera “avançar nas discussões sobre o aumento dos recursos da cota permanente do FMI com o objetivo de chegar a um acordo até o final deste ano”.
“O Brasil tem uma posição histórica quanto ao princípio da proporcionalidade [entre os países-membros], que está entre os fundamentos de criação do fundo. Eu disse que questões conjunturais não deveriam [afetar tal premissa], pois quando você rompe com um princípio que está entre as razões de ser da própria instituição, este organismo vai perder legitimidade e apoio no médio e longo prazo”, comentou Haddad.
O Conselho de Governadores do FMI revisa as cotas pelo menos a cada cinco anos. O último processo de reformas nas cotas foi concluído em 2010 e entrou em vigor em 2016.