Política

Haddad pede voto de confiança a banqueiros em visita a Febraban

Na visita a Febraban, Haddad afirmou que houve muito ruído nesse primeiro mês de governo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), pediu um voto de confiança aos banqueiros na condução da política econômica e da questão fiscal. O pedido foi realizado em visita do ex-governador de São Paulo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), na capital paulista. 

De acordo com o relato de participantes, Haddad afirmou que houve muito ruído nesse primeiro mês de governo, disse que grande parte do diagnóstico dos problemas está concluída e reiterou que pretende mandar ao Congresso até o fim de abril a proposta do novo arcabouço fiscal.

Apesar de não detalhar como serão as novas regras para os gastos públicos, Haddad afirmou que a equipe econômica está buscando um desenho que possa se mostrar “crível e exequível”, de acordo com um executivo que esteve no encontro, segundo o “Valor”.

O café da manhã promovido pela Febraban reuniu os três ministros da área econômica – além de Haddad, participaram Simone Tebet, do Planejamento, e Esther Dweck, da Gestão e Inovação Pública. Também estiveram presentes o titular da Agricultura, Carlos Fávaro e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Ainda de acordo com a publicação, dirigentes e presidentes dos maiores bancos do país aproveitaram a ocasião para cobrar previsibilidade nos rumos da economia e segurança jurídica. 

Na ocasião, o ministro da Fazenda também reforçou a importância de se aprovar a reforma tributária no Congresso. Na saída do encontro, que foi fechado para a imprensa, o ministro disse a jornalistas que a agenda discutida com o setor financeiro foi a mesma debatida com o setor produtivo no início da semana, quando esteve na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). 

Secretário de Haddad fala sobre novo arcabouço fiscal

O secretário de Política Econômica de Haddad, Guilherme Mello, seguiu na linha do ministro e afirmou, à CNN Brasil, que o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária deixarão claro que o plano de ajuste “é consistente, sólido e crível”. 

Em um evento do Credit Suisse, Mello sinalizou que o gasto público é um dos instrumentos possíveis para uma nova regra que ancore a trajetória da dívida. 

Lula não discutiu desoneração dos combustíveis, diz Haddad

O ministro da Fazenda afirmou na terça-feira (31) que não discute a prorrogação da desoneração dos combustíveis desde o começo do ano, após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

“A medida provisória vai até 28 de fevereiro. Desde 1º de janeiro, não discuto mais esse assunto”, disse Haddad na saída de evento promovido pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), em São Paulo.

Haddad era um dos defensores do fim da redução das alíquotas da contribuição para o Programa de Integração Social e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) incidentes sobre operações realizadas com gasolina, álcool, gás natural veicular e querosene de aviação.

A medida, que foi tomada durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), provocou uma redução na arrecadação do governo federal.

No entanto, logo no primeiro dia de mandato, a medida provisória editada por Lula, ampliando a incidência de alíquota zero para os tributos federais sobre os combustíveis.

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