Política

Haddad: Governo quer reindustrializar Brasil com capital chinês

Haddad discursou em Pequim (China) nesta sexta (14), após o presidente Lula (PT) se encontrar com Xi Jinping

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que o Governo brasileiro quer reindustrializar o Brasil com apoio de investimentos chineses. Fala foi feita na manhã desta sexta-feira (14), durante discurso em Pequim (China), após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrar com o presidente Xi Jinping.

“Eu gostaria de dar muita ênfase no desafio que o presidente colocou, de nós intensificamos os estudos de viabilidade de reindustrializar o Brasil, em parceria com o capital chinês, que vê na América do Sul, que vê uma oportunidade de criar uma plataforma para seus produtos, tanto para venda local, quanto para exportação”, disse.

Haddad também comentou sobre o apoio a Lula em tirar o dólar como a moeda padrão para transações internacionais. O presidente defendeu, nesta quinta-feira (14), uma moeda alternativa para trocas comerciais envolvendo nações que integram o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Questionado sobre as expectativas com os investimentos chineses, em contraposição a falta de planos sobre investimentos americanos, Haddad comentou que não tem intenção de afastar o Brasil dos EUA. “Estamos fazendo um esforço de aproximação, queremos investimentos dos EUA, mas na verdade estamos vivendo quase um movimento de desinvestimento. No Governo passado, muitas empresas americanas deixaram de investir aqui. Mas nós queremos parceria com esses três grandes blocos comerciais: EUA, China e UE (União Europeia)”, disse.

Queda do dólar e fortalecimento do real

O ministro da pasta comentou sobre a queda do dólar para o menor patamar desde junho de 2022, a R$ 4,92 no último pregão de quinta-feira (13). Em sua visão, o real está muito desvalorizado, principalmente com a taxa Selic (taxa básica de juros) nesse patamar há mais de um ano. Com as medidas que o Governo Lula tem tomado, segundo Haddad, e se o Congresso reconhecer a política fiscal, o real deve voltar a se valorizar.

“O Brasil é uma economia muito mais forte do que ela mesmo se enxerga. A economia brasileira responde muito rapidamente a estímulos adequados. E se houver essa harmonia entre os três poderes e a harmonização da política fiscal com a monetária – porque não adianta nada eu vir fazer um trabalho e o BC não acompanhar o movimento”, disse.