"Civilizado e tranquilo"

Haddad vê que sucessão de Campos Neto não causará turbulências

Haddad revelou manter um diálogo franco e permanente com o presidente do BC

Foto: Lula Marques/ Agência Brasil)
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil)

Roberto Campos Neto passará o cargo de presidente do BC (Banco Central) até o dia 31 de janeiro de 2025. Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, acredita que o movimento será “civilizado e tranquilo”, sem causar turbulências no mercado. 

Haddad revelou, em entrevista à Globonews nesta segunda-feira (15), manter um diálogo franco e permanente com o presidente do BC. Atualmente, a autonomia do BC, aprovada desde 2021, fixou limitações à influência do Executivo quanto às decisões sobre a política monetária. 

Os mandatos do chefe da autoridade monetária e do Palácio do Planalto não podem mais coincidir, conforme as regras vigentes. Logo, sempre ao terceiro ano de cada governo o novo presidente assume o BC, de acordo com o “InfoMoney”.

“Nós enfrentamos um desafio inédito, que foi conviver com um presidente do BC escolhido pelo governo anterior durante praticamente 2 anos. Nós procuramos fazer isso da melhor maneira possível. Atuamos de maneira técnica e responsável, cada um no seu papel e com sua visão de economia”, disse Haddad.

“Nas quatro vezes em que fui ouvido pelo presidente Lula sobre diretores do BC, procurei indicar as melhores pessoas que eu conhecia, por vários critérios. Não vi nenhum dos 4 membros que o governo Lula indicou serem questionados, e os 4 estão ajudando muito Roberto, o BC e o país”, completou. 

Haddad comenta sobre nomes cotados à sucessão

Campos Neto já expressou que seria melhor que o governo Lula indicasse um nome para ocupar seu cargo até o final deste ano. O mais cotado para a vaga, no momento, é Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária do BC.

“Eu não penso que o presidente Lula vá mudar sua diretriz de escolher grandes nomes e bons nomes para o BC, inclusive o provável substituto do Roberto Campos Neto”, acrescentou Haddad.

“O Roberto tem falado que o nome poderia ser anunciado um pouco antes não porque ele vá sair antes, mas para fazer uma transição mais longa. Eu levei essa ponderação dele ao conhecimento do presidente Lula. Está tudo sendo feito de maneira civilizada e vai ser uma transição muito tranquila”, finalizou Haddad.