Política

Heineken expande produção com alta no consumo de cerveja no Brasil

O grupo investiu R$ 1,5 bilhão no Nordeste para aumentar a produção das cervejas Amstel, Devassa e Heineken

O Grupo Heineken no Brasil está otimista quanto às expectativas para o fim do ano, com projeções de um aumento significativo no consumo de cerveja devido à expansão da capacidade de produção em suas cervejarias e ao clima mais quente previsto para o verão. Maurício Giamellaro, CEO do Grupo Heineken Brasil, destacou que 90% do investimento de R$ 1,6 bilhão destinado à expansão em 2023 foi direcionado para os principais produtos do grupo: as cervejas Heineken e Amstel.

O grupo investiu R$ 1,5 bilhão no Nordeste para aumentar a produção das cervejas Amstel, Devassa e Heineken, e destinou R$ 80 milhões em São Paulo para duplicar a capacidade da Heineken 0.0, uma cerveja sem álcool lançada em 2020. Este ano marcou o 150º aniversário da cerveja Heineken, e a empresa no Brasil aproveitou o patrocínio ao festival The Town para impulsionar as celebrações.

“Não tenho problema nenhum em dizer que estávamos correndo atrás para suprir a demanda”, disse Maurício Giamellaro, CEO do Grupo Heineken Brasil, em entrevista à Bloomberg Línea. “Não posso dizer em quanto conseguimos aumentar o volume de produção, mas o que posso dizer é que agora estamos com capacidade”, completa.

No Brasil, os dados financeiros específicos e os volumes de vendas exatos não são fornecidos pelo grupo, mas a empresa relata um crescimento na receita na faixa dos “low-teens” e um aumento no volume na faixa de um “high-single digit”. A estratégia de apostar em rótulos premium tem impulsionado o crescimento de receita e volume no país, segundo Giamellaro.

Verão do Brasil impulsiona cenário favorável

Além disso, a retomada do consumo de cerveja fora de casa no pós-pandemia, juntamente com o aumento da premiunização, tem garantido um ticket médio mais alto. A empresa tem apostado em novos rótulos, sobretudo no mercado de cervejas premium, visando impulsionar o consumo. Em relação ao mercado brasileiro, o Grupo Heineken detém 31,1% do market share de cerveja, atrás da Ambev com 61,3%.

A estratégia do Grupo Heineken em apostar em marcas premium parece estar alinhada com as tendências de consumo, conforme dados do Bank of America, que indicam um crescimento no interesse por novos rótulos e pelo segmento premium de cervejas. O lançamento de novas marcas e a alta nas atividades fora de casa têm impulsionado o mercado brasileiro de cerveja.

Com um cenário positivo e perspectivas de crescimento, a empresa planeja fortalecer ainda mais sua marca, como é o caso da campanha de patrocínio dos shows do cantor Paul McCartney no Brasil. A estratégia de lançamentos de novos rótulos, sobretudo no mercado premium, é vista como uma das principais oportunidades de crescimento para o Grupo Heineken no Brasil.

No cenário global, embora o volume de vendas tenha diminuído em 4,8% no terceiro trimestre, houve crescimento nas Américas. A região contribuiu com 22 milhões de hectolitros dos 63 milhões de hectolitros de cerveja vendidos globalmente. Apesar da queda no volume global, a receita da companhia aumentou em 2% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo 9,6 bilhões de euros no trimestre.