Política

Hoffmann critica reforma administrativa: "é hora de taxar super ricos"

Presidente nacional do PT rebateu Roberto Campos Neto e Arthur Lira por pressões no governo

A deputada federal Gleisi Hoffmann usou suas redes nesta terça-feira (5) para mandar um recado ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, criticando a pressão que ambos fazem para que o governo proponha uma Reforma Administrativa.

“Agora não é hora de Reforma Administrativa e sim de taxar os super ricos”, frisou a presidente nacional do PT.

“Apesar de você, Campos Neto, o Brasil cresce. As políticas implementadas pelo governo Lula a partir da PEC da Transição (SM, Bolsa Família, IR, reajuste servidores, renegociação dívidas) colocaram dinheiro em circulação na mão do povo. Agora você vem com a cantilena da Reforma Administrativa. Mais uma vez o mercado financeiro querendo impor a sua pauta como se conhecesse a realidade brasileira. Até aqui erraram todas as previsões. É muita arrogância e prepotência.”, disse.

Ela ainda acrescenta: “não queiram destruir o Estado brasileiro. Parem de criminalizar o serviço público. 70% do funcionalismo ganha até R$ 5 mil.”

Já se dirigindo a Lira, a deputada declarou que a Câmara “não pode votar contra o projeto que ganhou nas urnas”.

Fonteles diz que reforma administrativa deve combater privilégios

Para o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), a reforma administrativa que tramita no Congresso deve ter como foco o fim dos privilégios no setor público. A afirmação foi feita em entrevista coletiva na Expert XP 2023, neste sábado (2).

O assunto veio novamente à tona nesta semana, quando o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), recebeu manifesto de 23 frentes parlamentares a favor da aprovação do projeto.

“Eu não vi o texto, então não posso me manifestar. A única coisa que eu coloquei claramente foi que a reforma administrativa, se ela não for para combater privilégios que de fato existem, você vai ter um problema grave. A sociedade não vai compreender como é que você vai atacar alguns pontos e deixar outros de fora porque um grupo ou outro tem mais força política. Temos que fazer a regra correta para todos”, iniciou.

“Eu acho que dá para aperfeiçoar vários pontos dessa estrutura de estado, mas não podemos abrir mão de realmente cortar os privilégios do andar de cima, que é o que tem que ser realmente decidido pelo Congresso Nacional. Na hora que o Congresso, para poder aprovar, vai tirando alguns privilegiados da reforma, vai cair em descrédito. Então foi esse o ponto que eu quis levantar”, acrescentou.

Entre os privilégios citado por Fonteles estão os salários muito elevados e desproporcionais em relação ao que a iniciativa privada paga e os benefícios que fazem algumas categorias ganharem fora do teto constitucional.

“Em suma, servidores de mais alto salário, de mais altos benefícios, terão que ser incluídos na reforma, senão você vai penalizar só o baixo escalão do funcionalismo público, o que vai prejudicar os serviços públicos e não vai ter o efeito fiscal esperado. Então tem que ter muita cautela. Eu acho que é uma reforma desafiadora e vamos aguardar o texto que a Câmara está produzindo para a gente se posicionar”, pontuou.

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