Política

Ibovespa: IPCA e FOMC ajudam na alta apesar de temor com guerra

Principal índice acionário brasileiro emendou sua terceira alta seguida

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, emendou sua terceira alta seguida na sessão desta quarta-feira (11), avançando 0,27%, aos 117.050 pontos.

O desempenho positivo veio mesmo com a eclosão da guerra entre Israel e Hamas no final de semana. O conflito tem potencial de afetar mercados ao redor do mundo com alterações no preço do barril de petróleo e na cotação do dólar, atingindo em cheio países em desenvolvimento como o Brasil. 

O CEO da Transferbank, Luiz Felipe Bazzo, indica que os números da inflação ajudaram a sustentar as altas da bolsa. “O boletim do Focus dessa semana não apresentou novidades. A única mudança observada, dentro das expectativas de inflação esperadas pelos economistas do relatório, foi referente ao ano de 2024, com uma tímida alta de 3,87% para 3,88%. Por enquanto ainda estão mantidas as estimativas para 2023, em 4,86%, e 2025 e 2026, em 3,5% em ambos os anos. Além disso, o Focus permanece esperando uma queda na Selic, de 11,75% para o final de 2023 e 9,00% para 2024”, avaliou. 

Bazzo alerta para a expectativa do Focus sobre a Selic, especialmente para 2024. “Precisamos considerar e ter em vista que houve um aumento dos juros ao longo das últimas semanas fazendo com que o mercado precificasse a Selic em 10,65% para 2024 no início da semana, porém o Focus continua com uma projeção de 9,00%, mesmo após o Federal Reserve e outros bancos centrais darem indicativos de que suas taxas poderão subir”, pontuou. 

Ata do FOMC

O economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, avalia que a ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), divulgada nesta quarta, trouxe uma mudança de tom em relação à taxa de juros dos EUA, já que cresceu o entendimento de que o BC americano não vai subir mais juros neste ano, por outro lado, economistas começam a projetar a manutenção do aperto monetário no atual patamar por mais tempo.

 “Acredito que a ata traga poucas novidades e os acontecimentos recentes tendem a impactar mais as decisões nos próximos dias. De um lado os dados de mercado de trabalho permanecem fortes e o índice de preços ao produtor de setembro não mudou o contexto da inflação de forma relevante. De outro, os discursos de membros do FOMC nos últimos dias têm demonstrado maior conforto com a perspectiva de não haver mais altas de juros”, disse.

“Neste contexto, os números do índice de preços ao consumidor (CPI), devem ser fundamentais para recalibrar expectativas. Sem falar das incertezas do novo cenário geopolítico que ainda não teve muito efeito nos mercados. De qualquer forma parece que a discussão vai mudar em breve. Em vez de nos preocupar com o nível máximo das taxas de juros, passaremos a discutir em que momento elas poderão passar a cair”, ponderou Igliori.