Na última segunda-feira (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que a terceira edição do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) será lançada pelo governo federal ainda neste mês. De acordo com Lula, além do novo programa de desenvolvimento e infraestrutura, serão lançados os programas Água Para Todos e Luz Para Todos, mas sem indicar datas para cada ação.
Glerton Reis Júnior, economista e sócio-fundador da A&G Assessoria Empresarial & Tributária, explica que o PAC III pode ser benéfico para o Brasil, pois ele tende a aumentar o nível de emprego e a renda per capita do País.
“Caso seja bem aplicado, esse novo PAC tende a aumentar o nível de emprego no Brasil e, por consequência, a renda per capita do brasileiro. Além disso, o PAC ainda acaba retroalimentando o governo federal, pois, com a economia sendo fomentada, a arrecadação também aumenta”, afirmou.
“Vale lembrar que o Brasil também demanda de muita infraestrutura em portos e aeroportos, e reivindica aplicabilidade de recursos na saúde e na educação. O PAC III pode ser muito importante para que tenhamos uma nação futura com grandes perspectivas”, acrescentou Reis.
Quais são os obstáculos para o êxito do PAC III?
Apesar de ressaltar a importância do PAC III, Reis pontua que o governo Lula terá que enfrentar alguns obstáculos para que o programa de crescimento econômico tenha sucesso, como impedir que o programa se transforme em um antro de corrupção, como aconteceu em anos anteriores, culminando na investigação de grandes empreiteiras como Odebrecht e OAS.
“Para ser efetivo, é preciso que não ocorra o que aconteceu com as duas edições anteriores do PAC, nas quais partes substanciais dos recursos não eram destinadas para a infraestrutura. No passado, o PAC era um canal de escoamento para a corrupção. Logo, o principal desafio do governo é evitar que esses bilhões que serão investidos se canalizem para corrupção”, disse.
Em contrapartida, na visão de Calil Filippelli, gestor de fundos da Ouro Preto Investimentos, os principais desafios para o sucesso do novo PAC serão a inflação e o equilíbrio orçamentário.
“Os principais desafios para o sucesso do PAC serão manter o equilíbrio orçamentário e a inflação dentro da meta. A herança deixada pelo PAC II do governo Dilma não foi nada positiva. Em 2015, o Brasil fechou o ano com uma inflação de 10,67%, um déficit primário de R$ 116,65 bilhões, uma Selic meta de 14,25% e o impeachment da presidente. Para manter os principais indicadores da economia estáveis e atingir os objetivos do programa, o governo deverá sinalizar aos agentes econômicos comprometimento fiscal e planejamento nos projetos”, argumentou Filippelli.
Ainda segundo Fabricio Gonçalvez, CEO da Box Asset, o governo Lula pode fechar parcerias público-privadas, reduzir o aparato burocrático e promover diálogo com estados e municípios para garantir o êxito do PAC III.
“Para garantir o êxito do programa, o governo Lula pode buscar parcerias público-privadas, estabelecer um ambiente favorável aos negócios, reduzir a burocracia, fortalecer mecanismos de controle, promover diálogo com estados e municípios, e buscar alternativas de financiamento”, afirmou.