A campanha de Kamala Harris concordou em participar de debate promovido pela CNN em 23 de outubro e desafiou Donald Trump a aceitar o embate. O republicano, porém, disse que “é tarde demais”, visto que a votação antecipada já começou em alguns estados.
“Ela fez um debate. Eu fiz dois […] a votação foi lançada. Os eleitores estão lá”, disse Trump.
O outro debate ao qual Donald Trump se refere foi contra o presidente Joe Biden, em junho. O desempenho ruim de Biden foi o que o levou a encerrar a sua campanha à reeleição e apoiar Kamala Harris.
Harris e Trump subiram ao palco para seu único debate até agora em 10 de setembro, um confronto moderado pela ABC News que havia sido originalmente acertado pelo candidato presidencial republicano e pela campanha de Biden.
Ao defender mais um debate antes das eleições, Harris disse que os eleitores “merecem outra oportunidade” de ouvir os candidatos.
“Donald Trump não deve ter problemas em concordar com este debate. É o mesmo formato e configuração do debate da CNN que ele compareceu e disse que venceu em junho, quando elogiou os moderadores, regras e classificações da CNN”, disse a presidente da campanha de Harris, Jen O’Malley Dillon, em uma declaração.
Trump x Kamala: quem venceu o debate nos EUA?
O ex-presidente Donald Trump e a vice-presidente Kamala Harris protagonizaram o primeiro – e, provavelmente, o único – debate na disputa pela presidência dos EUA, na noite de terça-feira (10).
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O aperto de mãos logo nos primeiros minutos desenhou o que parecia ser um clima amistoso, que tão logo foi substituído por trocas de farpas e provocações. Segundo enquete feita pela CNN, a democrata Kamala Harris saiu vitoriosa.
Na enquete, 63% dos 600 eleitores registrados que assistiram ao debate disseram que Harris teve melhor desempenho, enquanto 37% escolheram Trump. Antes do debate, os mesmos eleitores estavam divididos igualmente em 50% sobre quem eles achavam que teria o melhor desempenho.
Na avaliação de especialistas, a estratégia utilizada por Harris deixou Trump na defensiva. Ao invés de focar em temas nos quais é considerado forte, o republicano perdeu tempo fazendo longas defesas sobre o seu comportamento em episódio passados, a exemplo da invasão ao Captólio.
Em uma discussão sobre a imigração, tema em que Trump é considerado mais forte, o republicano, mais uma vez, não conseguiu aproveitar a oportunidade e passou a maior parte da resposta defendendo os seus comícios – descritos por Harris como exaustivos e entediantes.
Trump depois se envolveu em uma longa resposta sobre uma notícia que foi desmentida de que imigrantes do Haiti na cidade de Springfield, no Ohio, estavam roubando e comendo animais de estimação dos seus vizinhos.
Sobre o aborto, tema que Kamala Harris tem vantagem sobre Trump, o republicano defendeu o seu histórico de posicionamento contra a decisão histórica Roe v Wade, que protegeu direitos a aborto. Segundo Trump, americanos em todos os espectros políticos queriam que a resolução fosse revertida, o que não é comprovado por pesquisas de opinião.
Harris aproveitou a deixa para fazer um apelo pessoal emocionado a famílias que enfrentam gravidezes com complicações e que não puderam receber aborto e cuidados em Estados onde isso foi proibido — os Estados com “proibições de Trump ao aborto”, nas palavras dela.
